20 de junho: Festa de Nossa Senhora da Consolata

Mensagem dos participantes no XIII Capítulo Geral
(Roma, 22 de maio a 20 de junho)

Por Redação

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Esta imagem de Nossa Senhora Consolata, cuja Festa celebramos hoje, 20 de junho, foi pintada na Coreia do Sul e oferecida a Papa Francisco por ocasião da Audiência concedida aos Capitulares IMC/MC em 5 de junho 2017.

“Desceram, então, do monte chamado das Oliveiras, situado perto de Jerusalém, à distância de uma caminhada de sábado, e foram para Jerusalém. Quando chegaram à cidade, subiram para a sala de cima, no lugar onde se encontravam habitualmente. Estavam lá: Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelota, e Judas, filho de Tiago.
E todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus” (Atos 1,12-14)

Ler de novo esta passagem dos Atos dos Apóstolos ajuda-nos para vos contar a experiência vivida neste XIII Capítulo Geral e partilhá-la convoca na ocasião da Festa da Consolata, mãe de Jesus e nossa mãe.

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“Chegámos à cidade”

Não Roma certamente, mas cada cidade ou aldeia onde nós estamos pelos quatro cantos do mundo. Entrámos abrindo o “livro da missão” para escutar e aprender através dos caminhos dos diversos continentes onde estamos presentes. Para “fazer memória” de como Deus, concretamente no nosso hoje, faz maravilhas através do testemunho e da dedicação de tantos missionários. Entrámos na vida das periferias de cidades anónimas, atravessadas pela angustia e solidão, caixotes de despejos humanos e de exclusão; dentro florestas e savanas imensas, sobre montanhas e margens de rios, dentro da vida de povos e comunidades com quem caminhamos e lutamos, sofremos e rimos, cantamos e choramos, rezamos e esperamos aprendendo a conhecer, juntos, o amor de Deus e a celebrá-lo.

“Subimos para a sala de cima”

Para ver “a cidade de Jerusalém”, ou seja, a humanidade, com os olhos do Deus da bondade, lento à ira, rico de misericórdia, e para deixarmo-nos evangelizar pelos pobres e a realidade. Subimos alto para poder escutar novamente o chamamento de Jesus para “estar com Ele” (Mc 3,13-14), para “levantar a cabeça e ver que a nossa libertação está próxima” (Lc 21,28) e não nos deixarmos desencorajar pelas enormes dificuldades da vida e as tristezas do horizonte do mundo. E para aprender com Ele a fazer missão, com as suas atitudes (Fil 2,5), de bondade e misericórdia, ao longo das estradas, nas aldeias e nas cidades, visitando as pessoas, acolhedores e primorosos em anunciar a misericórdia de Deus por todos contra qualquer preconceito e divisão.

“Entregámo-nos assiduamente à oração”

Para reconhecer a passagem de Deus que nestes dias “nos visitou” e nos manifestou a sua presença em modos variados, especialmente na fraternidade entre nós e no “atencioso discernimento da situação dos povos entre os quais desenvolvemos a nossa ação de evangelização” (Papa Francisco a nós).

De modo particular, Deus “passou entre nós” nos dois dias passados com as Irmãs Missionárias da Consolata e um grupo de Leigos Missionários seguidos por elas, e atentos à escuta da vida e do ensinamento da Beata Irene Stefani, Nyaatha, humilde missionária do Evangelho, que “tudo fazia por Jesus” para ser caridade e doar consolação. E depois disso “passou entre nós” no Papa Francisco que nos recordou que “é muito mais importante apercebermo-nos de quanto somos amados por Deus, de quanto nós mesmos o amamos” e nos disse: “Não vos canseis de levar conforto às populações que muitas vezes estão marcadas por grande pobreza e agudo sofrimento… Deixai-vos continuamente provocar perlas realidades concretas com a quais entrais em contato e procurai oferecer em modos adequados o testemunho da caridade que o Espírito infunde nos vossos corações (cfr. Rm 5,5) ”, e imprimi “um novo impulso à animação missionária” requalificando “o estilo do vosso serviço missionário”.

Tudo isto o vivemos em companhia de Maria, capaz de “conservar e meditar tudo no seu coração, ” para aprender dela como seguir o seu Filho Jesus (discípulos) e como Ela tornarmo-nos testemunhas (missionários).

Queridos irmãos,
Maria, não nos podia deixar sós porque, como nos recorda o nosso Beato Fundador, é a “nossa Mãe terníssima” que “nos ama mais do que a pupila dos seus olhos”, por isso viveu conosco este tempo de graça, o kairos, tempo do Espírito, vento de novo Pentecostes para todo o Instituto.
O Espírito Santo faz-nos entrar no mistério de Deus vivo e nos obriga a abrir as portas para sair, para anunciar e testemunhar o Evangelho, para comunicar a alegria da fé, do encontro com Cristo.
O Espírito Santo é a alma da missão. Quanto aconteceu em Jerusalém há mais de dois mil anos não é um acontecimento distante de nós, é um acontecimento que nos toca, que se faz experiência viva em cada um de nós. O Pentecostes do cenáculo de Jerusalém é o início, um início que se prolonga e hoje engloba também o nosso Instituto.

Queridos irmãos,
Não estávamos sós naquela “sala de cima” esperando o Espírito Santo. Além de Maria, do Beato Allamano, da Beata Irene Stefani e de todos os nossos coirmãos que “tornaram fecunda a história do nosso Instituto com o sacrifício da vida” (Papa Francesco a noi), estáveis vós também que com a oração nos sustivestes e encorajastes.
A nossa esperança não se baseia nos números ou nas atividades, mas sobre Aquele em que pusemos a nossa confiança (cfr. 2Tim 1,12) e a Quem “nada é impossível” (Lc 1,37). Esta é a nossa esperança que nos permitirá continuar a escrever outras páginas de uma grande história no futuro, para o qual devemos ter orientado o nosso olhar, conscientes que é em direção a ele que nos empurra o Espírito Santo para continuar a fazer coisas grandes conosco.

Na ocasião da próxima Festa da nossa Mãe Consolata, pedimos a todos que renovem o empenho de colocar a missão no coração da nossa vida, assim como o nosso Fundador nos convida a fazer também hoje: “empenhai-vos com todo o coração e com todas as forças na obra da evangelização. Foi para esse fim especial, para vos fazerdes santos, que escolhestes a via da missão” (José Allamano, Carta aos missionários do Quênia, 2 outubro 1910).

Os vossos irmãos participantes ao XIII Capítulo Geral.