Conselho Continental IMC América realiza reunião em Montreal

A agenda de trabalho girou em torno do Projeto Missionário Continental, instrumento de comunhão e sinodalidade.

Por Jaime C. Patias

Partilhar, discernir, programar e avaliar a missão dos Missionários da Consolata no Continente. Com esse objetivo em mente, o Conselho Continental do IMC América realizou sua reunião ordinária de 6 a 10 de maio em Montreal, Canadá, com a participação dos superiores das circunscrições e do Conselheiro Geral para a América. O Pe. Mauricio Guevara, superior da Região Argentina, e o Pe. Manuel Loro, superior da Amazônia, por motivos de força maior, não participaram, mas enviaram suas contribuições ao Conselho.

O Vice-Superior Geral, Pe. James Lengarin, também esteve presente em parte da reunião. Na oportunidade, ele partilhou o caminho do Instituto com especial atenção para a formação. O IMC tem 358 estudantes, dos quais 144 são professos e noviços nas nove (9) comunidades formativas de teologia e três (3) noviciados. Atualmente, originários das Américas, os estudantes professos são apenas 26 e os noviços, cinco (5). O grande desafio é formar jovens missionários plenamente identificados com o carisma e motivados para a missão.

DSC_4045Em Montreal, a agenda de trabalho, girou em torno do Projeto Missionário Continental, que é um instrumento de comunhão e sinodalidade onde as prioridades e serviços são animados por diferentes comissões encarregadas de colocar toda a programação em prática. Em breve, serão comunicados os principais pontos discutidos na reunião com algumas decisões. Por enquanto, damos a palavra aos superiores para que expressem suas impressões da reunião que conclui um ciclo antes das eleições em todas as circunscrições.

Agradecemos à comunidade IMC de Montreal e ao Pe. Paolo Fedrigoni, Superior da Delegação Canadá - México - Estados Unidos (DCMS) pela calorosa hospitalidade em Montreal, fornecendo tudo o que é necessário para o trabalho e contato com a realidade de Quebec.

Com a palavra o Pe. Paolo Fedrigoni
“A reunião foi realizada no Ermitage Sainte-Croix, localizado às margens do Lac des Deux Montagnes (Lago das Duas Montanhas), um lugar de muita natureza que na primavera cria um ambiente apropriado à reflexão. O primeiro desejo, assim que eu acordava todas as manhãs, era olhar pela janela para ver o lago em frente aos meus olhos. Nas primeiras horas do dia, a água parecia um espelho. O nascer do sol era maravilhoso e seu ocaso ao anoitecer dourava as ondas com sua luminosidade.

O tema de reflexão do encontro foi o Sínodo para a Pan-Amazônia que nos lembra um mundo de povos, com diferentes culturas e religiões vivendo em pleno contato com a natureza, a água, as florestas, os animais e toda a criação.

Aqui em Montreal, às margens do Lago das Duas Montanhas, a mensagem que nos chega de nossos missionários que vivem e trabalham nas comunidades da Amazônia e da República Democrática do Congo, ou em outros lugares do planeta onde as pessoas vivem em contato direto com a Mãe Terra, torna-se tão real e eficaz. Suas vidas são um sinal da ecologia integral que Francisco nos convida a construir em sua Encíclica Laudato Sì, um documento que encontrou um eco favorável também na secularizada Quebec.

Descobrimos que a cultura e a espiritualidade desses povos são uma grande mensagem para nós e para a salvação de todo o mundo. E também temos uma ótima mensagem para eles. Somos preciosos um para o outro, precisamos uns dos outros”.

P. Aquiléo Fiorentini, Superior Regional do Brasil
Em linha com o caminho de revitalização e reestruturação para qualificar a missão, a Direção Geral, no mês de março, aprovou a unificação das regiões IMC Brasil e Amazônia, criando a nova Região do Brasil.

“Da Região IMC Brasil que morre e da Nova Região IMC Brasil que nasce, vim até Montreal para participar do encontro do Conselho Continental América com esperançosas expectativas. E encontrei no grupo, desde o Conselheiro Geral, Pe. Jaime Patias, até cada superior de Região ou de Delegação, a vontade de avaliar, partilhar, refletir, construir comunhão e colaborar um com os outros nos projetos os quais anima. Por excelência, a atenção girou em torno das Comissões que têm como objetivo revitalizar a pessoa do missionário, seu serviço e sua missão.

A Mãe Consolata continua sendo modelo e guia, e o Pai Fundador inspirador da metodologia da missão de cada dia. Cada irmão na animação do Instituto, uma força no serviço à Região. Cada missionário, um irmão com o qual caminhar na mesma vocação e missão. A todos uma saudação fraterna no Cristo Ressuscitado que caminha com cada um de nós”.

P. Armando A. Olaya, Superior da Região Colômbia.
“Provocar a cultura do encontro. É isso que sinto cada vez que nos encontramos como o Conselho Continental. É uma ocasião para a comunicação, diálogo, enriquecimento mútuo e ampliar a visão, tudo no espírito da alegria missionária.

Este encontro permitiu-me tocar um pouco mais de perto a realidade do Canadá e admirar em especial a rica história deste povo e compreender as mudanças em curso nesta sociedade que afetam profundamente a Igreja e a nossa presença missionária, no passado, marcada pela Animação Missionária e Vocacional.

Também fiquei admirado com a ousadia da Delegação do DCMS com seu projeto de caminhar em direção à unidade a partir de três realidades muito diferentes e diversificadas e o compromisso de dar respostas a essa sociedade cada vez mais secularizada.

Fiquei feliz em ver o caminho que o Continente está fazendo, especialmente através de algumas comissões que foram lançadas a partir das Linhas Programáticas do Projeto Missionário Continental (PMC) da América.

Retorno com novas esperanças e também preocupações antes das eleições das novas direções regionais, o Sínodo para a Amazônia, o despertar da Animação Missionária e, acima de tudo, o desafio Vocacional.

As diferentes experiências e caminhos partilhados nestes dias também me permitiram confirmar, através destes sinais, que Ele está Vivo e, portanto, não devemos procurá-Lo entre os mortos: o túmulo está vazio. Ele ressuscitou e opera de maneira muito particular, onde se vive o espírito da comunidade”.

Venezuela
Ainda estamos preocupados com a crise na Venezuela que força a população a deixar o país em busca de sobrevivência e a dificuldade em encontrar uma solução política para dar estabilidade àquela nação. Partilhamos as preocupações sobre o serviço de acolhida aos imigrantes, especialmente os indígenas e o futuro da Equipe Missionária Itinerante em Boa Vista, Roraima. Somos solidários com o povo sofredor e com nossos missionários e missionárias que caminham lado a lado com o povo.

Pe. Peter Makau, Superior da Delegação Venezuela
“A reunião foi um kairos onde partilhámos nossa vida missionária, alegrias, dificuldades, sonhos, fracassos e, em tudo isso, experimentamos a presença de Deus, que é a nossa razão de ser. Para mim foi uma bênção vir ao Canadá porque é a primeira a pisar nessa região norte. Os desafios missionários que eles têm são grandes, especialmente a multiculturalidade, a secularização, a nova evangelização, o clima ... Eu tive a graça de celebrar a missa dominical em uma das paróquias, San Lucas, onde se percebe a sensibilidade que os canadenses têm em relação com o social. Somos muito gratos pelo apoio que nossos missionários no Canadá e na América do Norte dão às nossas missões, especialmente na Venezuela, que há tempo está passando por uma situação particular”.

Graças às reuniões do Conselho Continental, as mudanças e o espírito da continentalidade já são evidentes. Sabemos que ainda temos muito para percorrer. Mas a comunhão na partilha das decisões é o sinal mais claro de um caminho em harmonia, guiado pelo Projeto Missionário Continental (PMC) América.

Jaime C. Patias, imc, é Conselheiro Geral para a América.