'O Bem-aventurado José Allamano já é santo há muito tempo; agora a Igreja o reconhece oficialmente', disse o padre Paulo Mzé durante o programa 'Família dos Devotos' da TV Aparecida
Por Redação
No último dia 31 de julho, o programa "Família dos Devotos" da TV Aparecida, em Aparecida, São Paulo, recebeu convidados especiais para uma entrevista que encheu de alegria a comunidade católica: o padre Paulo Mzé, Superior Regional dos missionários da Consolata, e a irmã Benildes Capelotto, missionária da Consolata e membro do Conselho Missionário Arquidiocesano da Região Santana, SP. Eles compartilharam detalhes sobre a tão aguardada canonização do Bem-aventurado José Allamano, fundador dos missionários e missionárias da Consolata, marcada para o próximo dia 20 de outubro, Dia Mundial das Missões.
Alegria pela Canonização
"Para nós, é uma alegria imensa. Aliás, o Bem-aventurado José Allamano já é santo há muito tempo; agora a Igreja o reconhece oficialmente", disse o padre Paulo Mzé. Ele destacou que Allamano, beatificado em 7 de outubro de 1990, terá sua santidade oficialmente reconhecida pela Igreja Católica em 20 de outubro. "O milagre aconteceu exatamente no Brasil, na terra indígena Yanomami, na missão Catrimani, onde trabalhamos há quase 60 anos", acrescentou o padre, ressaltando a importância desse momento histórico.
História e Carisma da Congregação
A irmã Benildes Capelotto compartilhou a origem e o carisma dos missionários e das missionárias da Consolata. Fundados em Turim, Itália, pelo Bem-aventurado José Allamano, os institutos têm uma missão voltada para a evangelização e a consolação, especialmente entre os mais pobres e vulneráveis. "Nosso carisma hoje é a missão ad gentes, consagrados para levar a Consolação ao mundo. Estamos presentes em 27 países no mundo", explicou a irmã Benildes.
Milagre Reconhecido
Um dos momentos mais emocionantes da entrevista foi o relato do milagre que levou à canonização de José Allamano. Irmã Benildes contou a história de um indígena Yanomami atacado por uma onça, que foi miraculosamente curado após as orações dos missionários. "Os médicos, que inicialmente não tinham esperança de sua sobrevivência, testemunharam sua recuperação completa e sem sequelas, o que foi reconhecido como milagre pelo Vaticano", relatou a irmã.
Preparativos para a Canonização
O padre Paulo Mzé falou sobre os preparativos para o dia 20 de outubro. "Estamos nos preparando e sensibilizando toda a igreja. No Brasil, somos 22 comunidades entre paróquias, seminários e casas, todas se preparando para celebrar esse novo santo", afirmou, destacando a importância de celebrar esse momento histórico em todas as comunidades.
Vocação Missionária
Ao final da entrevista, o padre Paulo Mzé fez um convite especial aos jovens interessados em se tornarem missionários da Consolata. "Basta entrar no nosso site www.consolata.org.br. Também estamos nas redes sociais como Twitter, YouTube, Consolata Brasil", informou, incentivando os jovens a descobrirem sua vocação e se juntarem à missão.
Entrevista Completa
Entrevistadora: Que bom falar de uma notícia como essa, de mais um santo para a nossa Igreja. Queria que vocês falassem um pouquinho da alegria que é para os missionários e as missionárias da Consolata saber da canonização do seu fundador no próximo dia 20 de outubro.
Padre Paulo Mzé: Para nós, é uma alegria. Aliás, o Bem-aventurado José Allamano já é santo há muito tempo; agora a Igreja o reconhece oficialmente. Ele foi beatificado em 7 de outubro de 1990 e agora foi anunciada a canonização para 20 de outubro. O milagre aconteceu exatamente no Brasil, na terra indígena Yanomami, na missão Catrimani, onde trabalhamos há quase 60 anos. Queremos compartilhar com toda a Igreja essa alegria de termos mais um intercessor. A obra que ele começou, fundando os Institutos Missionários da Consolata, é a obra de Deus. Queremos celebrar com toda a Igreja esse momento importante para a nossa vida e para toda a Igreja.
Entrevistador: De qual país é a origem da congregação de vocês, missionários e missionárias da Consolata, e qual é o carisma e a missão no mundo?
Irmã Benildes Capelotto: Os nossos dois institutos foram fundados em Turim, norte da Itália, no momento em que o nosso fundador, o Bem-aventurado José Allamano, era reitor do Santuário da Consolata, um pólo central da devoção mariana para toda a região. Esse santuário, dedicado a Nossa Senhora Consolata, tem uma das devoções marianas mais antigas da história do cristianismo, iniciada no ano 400 da Era Cristã. Os dois institutos surgiram em Turim: os missionários da Consolata, em 29 de janeiro de 1901, e as missionárias da Consolata, fundadas pelo mesmo Bem-aventurado José Allamano, em 29 de janeiro de 1910.
Entrevistador: Qual é o carisma de vocês? Em quais atividades vocês trabalham hoje nessa missão bonita da Igreja que vocês abraçaram?
Padre Paulo Mzé: O Bem-aventurado José Allamano, desde jovem sacerdote, escutava muitas histórias das missões na África. De saúde frágil, não pôde ir para a missão, mas sempre teve um coração missionário. Juntou muitos padres da diocese e aqueles que queriam ir para a missão na África, recebendo esse carisma missionário. Nosso carisma hoje é a missão ad gentes, consagrados para levar a Consolação ao mundo. Somos consolatinos e consolatinas de nome e sobrenome, inspirados em Isaías 66 e 69: "Anunciarão a minha glória às nações." Estamos presentes em 27 países no mundo, em todos os continentes, exceto a Oceania. No Brasil, estamos no Canadá, Estados Unidos, México, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Brasil e Argentina.
Entrevistador: Vimos algumas fotos dos trabalhos missionários dos missionários e missionárias da Consolata. Vocês já estão há muitos anos no Brasil, certo?
Irmã Benildes Capelotto: Sim, estamos aqui há 78 anos. Chegamos em 1946, quando um grupo de irmãs, expulsas da Etiópia durante a Segunda Guerra Mundial, veio para o Brasil e começou o trabalho missionário em Rio do Oeste, Santa Catarina. Desde então, nos expandimos por toda a América, atuando em todos os continentes, menos na Oceania.
Entrevistador: Ainda, né?
Irmã Benildes Capelotto: Ainda. Estamos na África, nas Américas, nos Estados Unidos, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Argentina e Brasil, sobretudo na Amazônia. Nosso carisma é levar a consolação aos lugares aonde ninguém quer ir, para os mais pobres, vulneráveis e os que sofrem.
Entrevistador: Agora, sobre o milagre com o indígena Yanomami, intercedido pelo novo santo. Poderiam nos contar um pouco sobre isso?
Irmã Benildes Capelotto: O milagre aconteceu na aldeia Yanomami onde estamos. Um índio saiu para caçar na floresta e foi atacado por uma onça, que arrancou parte do seu ouvido, crânio e couro cabeludo. Ele foi encontrado ensanguentado por outros índios e uma irmã missionária, que colocou o cérebro de volta na cabeça dele, amarrou com uma camiseta e chamou um avião para levá-lo a Boa Vista para cirurgia. Apesar das ameaças dos índios, que acreditavam que ele deveria morrer na aldeia, ele foi levado para Boa Vista. Era 7 de fevereiro de 1996, início da novena ao nosso fundador. Todos os missionários rezaram pela cura do índio. Os médicos, que inicialmente não tinham esperança de sua sobrevivência, testemunharam sua recuperação completa e sem sequelas, o que foi reconhecido como milagre pelo Vaticano.
Entrevistador: Padre, para encerrarmos, qual é a expectativa para o dia 20 de outubro?
Padre Paulo Mzé: Estamos nos preparando e sensibilizando toda a Igreja. No Brasil, somos 22 comunidades entre paróquias, seminários e casas, todas se preparando para celebrar esse novo santo. O ideal seria todos irem a Roma, mas cada um celebrará em sua comunidade. O milagre na Amazônia confirma a importância dessa região para a missão da Igreja.
Entrevistador: Se algum jovem quiser ser missionário da Consolata, como faz?
Padre Paulo Mzé: Basta entrar no nosso site www.consolata.org.br. Também estamos nas redes sociais como Twitter, YouTube, Consolata Brasil. Contatos e endereços estão lá. Jovens apaixonados pelo Bem-aventurado José Allamano, que será canonizado, podem descobrir sua vocação e se juntar a nós.
Entrevistador: Agradecemos muito a presença de vocês e por falarem desse momento especial para o Instituto.
Irmã Benildes Capelotto: Nós agradecemos o espaço e a oportunidade de falar sobre a comunidade da Amazônia e nossas missões no mundo todo.
Padre Paulo Mzé: Obrigado.
Entrevistador: Sejam sempre bem-vindos. Que alegria ter vocês aqui. Agradecemos muito.
Entrevista Padre Paulo Mzé e Irmã Benildes Capelotto - Programa Família dos Devotos