Os missionários da Consolata que trabalham na região de Iringa iniciam projeto de reflorestação, que conta com a participação ativa das famílias da aldeia de Makota.
Por Francisco Pedro
A produção e comercialização de carvão é uma das principais fontes de rendimento das famílias tanzanianas, sobretudo as que vivem nos meios rurais, mas afigura-se também como uma preocupante ameaça à sustentabilidade dos recursos florestais, por falta de uma gestão cuidada e planificada.
Segundo um estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a taxa de desflorestação relacionada com a produção de carvão na Tanzânia ronda os 33 por cento, e, nas áreas urbanas, 95 por cento dos agregados familiares usam este tipo de combustível para cozinhar ou para obterem energia necessária para o funcionamento dos seus negócios. Acresce que grande parte do comércio de carvão e de lenha é feito de forma informal, ou seja, com perdas anuais para o Estado em impostos de cerca de 86 milhões de euros, de acordo com estimativas do Banco Mundial.
Cientes de que as atividades relacionadas com o corte de madeira estão a ser feitas de forma descontrolada, sem planeamento e sem a reposição de novas árvores, e dos efeitos erosivos que isso representa para os solos e para a floresta, os missionários da Consolata que trabalham na região de Iringa iniciaram um projeto de reflorestação, que conta com a participação ativa das famílias da aldeia de Makota.
Numa primeira fase será dada formação à população, com o auxílio de líderes locais e de funcionários da agência tanzaniana para os serviços florestais. Depois, os moradores são convidados a integrar o plano de reflorestação, comprometendo-se a plantar cinco árvores por agregado familiar e a cuidar delas.
Duas das ações de formação já estão concluídas e os participantes também já começaram as atividades de limpeza dos terrenos onde serão colocadas as novas árvores. Com a chegada da estação das chuvas, prevista para este mês de dezembro, os missionários esperam iniciar o processo de plantação, que deverá prolongar-se até janeiro de 2018. O custo total do projeto ascende a 5.670 euros, sendo que 5.000 euros são suportados pelos fundos de doadores privados do Instituto Missionário da Consolata.