José Allamano queria ver um sacerdote missionário africano antes de morrer.
Por Francesco Pavese *
Era lógico que os missionários e as missionárias, na África, falassem do Fundador às pessoas. Os que se tornavam cristãos e tinham afeição aos missionarios, estimavam também o padre que morava em Turim, porque lhes havia enviado os missionários e mesmo estando longe, continuava a acompanhá-los e ajudá-los. Praticamente, agindo sobre os missionários e as missionárias com sua contínua assistência, era como se Allamano estivesse presente e ali por perto, também nas comunidades que iam se formando aos poucos.
Alguns meses depois da chegada dos quatro primeiros missionários no Quênia, um deles transmitiu ao Allamano, com as notícias, também as saudações das pessoas com quem atuavam. Ele respondeu rápido: “retribuo e agradeço as pessoas que me lembraram e como desejaria que rapidamente se tornassem cristãs!”
Muitos “Josés”
Um missionário voltando da Tanzânia, foi depressa cumprimentar Allamano. O encontro foi cordialíssimo e longo. O missionário assim o descreveu: “o Fundador se iluminava ao ouvir tantas boas notícias das missões. Comoveu-se quando lhe disse que os catequizandos já o conheciam e lhe queriam muito bem, porque nós falamos sempre dele nas homilias e instruções, especialmente nas festas de São José; e que muitos pais queriam que os filhos fossem batizados com o nome de José; e acrescentei, que na minha missão, já eram 36 os que se chamavam José. Ele riu com gosto, exclamando: “não são demais? E como fazeis para distingui-los?” Mas, lhe expliquei que eles unem o nome ao sobrenome. Ele entendeu e continuou a repetir sorrindo: “Graças a Deus! Graças a Deus!”
Se nas missões, Allamano não era um estranho, mas era como se fosse de casa, a razão está no fato de que ele mesmo estimava e amava sinceramente aquele povo e ficava feliz em poder oferecer-lhes o cristianismo, através da obra dos seus missionários/missionárias. Não saia da sua boca uma palavra que faltasse com o respeito aos africanos. Já nos primeiros anos de missão, recomendava vivamente e insistia, que tratassem os africanos com delicadeza e educação.
Allamano pensava também nos sacerdotes locais. Ele confidenciou: “tenho três desejos e gostaria que se realizassem. Como gostaria de poder ver, antes de morrer, um sacerdote africano entre os missionários...” Por isso seguia com grande interesse o primeiro seminário do Quênia, encorajando os missionários para que não desanimassem apesar das muitas dificuldades. Para enconrajá-los, escrevia-lhes: “As notícias do seminário muito me consolam. Esta obra é de suma importância, deve tornar-se um Vicariato e ser a pupila dos nossos olhos. Estes jovens sacerdotes trabalharão com vocês e serão vosso apoio quando vos tornardes idosos”.