Na mente de Allamano, a fundação do Instituto não surgiu da noite para o dia. Foi algo que amadureceu em seu espírito, através de longa preparação espiritual, e depois de superar grandes provações e sérias contrariedades.
A Missão foi o grande desejo da vida de José Allamano, deste o tempo de seminário. Certo dia, com outros dois companheiros, resolveu deixar o seminário diocesano, para ingressar no Colégio Apostólico, ansioso de abraçar a vocação missionária. Mas, em razão da fragilidade de sua saúde física, foi dissuadido de tal propósito. Não obstante isso, conservou vivo no coração o desejo e o amor pela Missão.
Depois, como Diretor Espiritual no seminário diocesano, inculcava nos alunos o zelo missionário. O mesmo fazia com os sacerdotes diocesanos, durante os retiros e encontros espirituais realizados na “Casa Santo Inácio”, e mais ainda com os jovens sacerdotes do assim chamado “Convitto Eclesiástico”. Achava estranho que a diocese de Turim, tão fecunda em numerosas instituições de caridade, não contasse com uma instituição inteiramente consagrada às missões. E decidiu remediar esta lacuna.
Na mente de Allamano, a fundação do Instituto não surgiu da noite para o dia. Foi algo que amadureceu em seu espírito, através de longa preparação espiritual, e depois de superar grandes provações e sérias contrariedades. Não resta dúvida, o caminho da fundação foi muito empenhativo e cansativo para Allamano, atarefado como estava com o trabalho do Santuário da Consolata, do qual era Reitor, com os compromissos da direção do “Convitto Eclesiástico”, com a Casa de Retiros de Santo Inácio e com a causa de beatificação de seu tio, José Cafasso.
A fundação, ele só pôde realizá-la depois que o Cardeal Agostinho Richelmy, seu antigo companheiro de seminário e amigo, assumiu a sede episcopal de Turim. Nele, encontrou plena partilha de ideais e apoio. Em janeiro de 1900, quando parecia ter chegado o momento da fundação, Allamano contraiu uma grave doença, que o levou às portas da morte. A cura, considerada um milagre da Consolata, foi para ele o sinal de que o Instituto devia ser fundado. De fato, no ano seguinte, no dia 29 de janeiro de 1901, o Instituto Missões Consolata nascia.
A profunda motivação da fundação deve ser procurada no próprio espírito de Allamano. A raiz da fundação está na santidade deste generoso sacerdote, que assim explicava: “Como eu não pude ser missionário, quero que as pessoas que se sentem atraídas pela vocação missionária não sejam impedidas de seguir tal caminho”.
Há, depois, outras razões contingentes e concretas que, sem dúvida, influenciaram o começo da obra, como: o desejo de continuar a missão do Cardeal Guilherme Massaia, a especial devoção que sempre alimentou para com São Fidélis de Sigmaringa, missionário mártir, o espírito missionário e as insistências que lhe eram feitas por parte de alguns sacerdotes do “Convitto Eclesiástico”, desejosos de ver concretizada a obra.
A decisão definitiva de fundar o Instituto foi tomada somente depois de receber uma ordem explícita do Arcebispo, Dom Agostinho Richelmy, que lhe disse: “O Instituto deve ser fundado e deve ser você a fundá-lo”. À palavra de ordem do Arcebispo, Allamano respondeu, como respondeu o Apóstolo Pedro a Jesus, por ocasião da pesca milagrosa no mar de Tiberíades: “Em teu nome, Senhor, lançarei as redes!” (Lc 5,5).
No dia 8 de maio de 1902 partiam para o Quênia os primeiros quatro missionários, dois sacerdotes e dois leigos, seguidos depois por outros.
Pe. Jordão Maria Pessatti, IMC