Economia para a Missão

Muitos países da América Latina enfrentam instabilidades políticas, protestos sociais e crises institucionais nos últimos anos, refletindo em descontentamento popular com governos corruptos, ineficazes ou até autoritários. A polarização política e a falta de consenso têm dificultado a governança democrática em muitos países da região.

O Brasil passou por uma grave crise política e institucional nos últimos anos, com polarização, escândalos de corrupção e disputas entre poderes do Estado. Isso tem afetado a estabilidade política, a confiança nas instituições e a capacidade do governo de enfrentar desafios econômicos e sociais.

A violência econômica submete países e povos a uma situação de neocolonialismo em tempos de expansão do capitalismo em sua fase de financeirização, de multiplicação de derivativos e de produtos financeiros sem lastro, de desregulamentação do mercado financeiro e de explosão de dívidas públicas.

A violência econômica atinge fortemente as pessoas, vítimas de inúmeras situações provocadas pelo atual modelo econômico produtor de escassez.

O desemprego, a carência brutal se serviços públicos essenciais, o desrespeito aos direitos básicos, o trabalho escravo e até o genocídio de povos originários, de quilombolas e de outras que se encontram em áreas de interesse econômico, o confisco de rendas essenciais dos mais pobres, os salários insuficientes, e extorsão decorrente de ofertas de créditos a juros extorsivos, a situação que leva ao endividamento privado, que atinge, atualmente, cerca de 80% das famílias brasileiras.

Em meio a esta realidade, os missionários da Consolata reafirmaram, a exemplo das primeiras comunidades cristãs, a economia para a missão torna-se um estilo e um meio indispensável para atuar e viver a missão. Somos filhos e herdeiros de um homem de Deus, José Allamano, que com sua vida amadureceu e, consequentemente, testemunhou as atitudes do sábio administrador do Evangelho. Dizia ele aos missionários: “o dinheiro não é dado para o próprio conforto, para nós estarmos melhor, mas para que os outros estejam melhor”.