Dom Ravasi no Santuário “Maria Mfariji” em Marsabit. Foto: Jaime C. Patias
Faleceu esta sexta-feira, 30 de outubro, no Hospital MP Shah em Nairobi no Quênia, o bispo emérito de Marsabit, Dom Ambrogio Ravasi, IMC. Tinha 91 anos, dos quais 68 de Profissão Religiosa, 63 Sacerdócio e 39 Episcopado. “A evangelização não será frutuosa se não envolvermos os cristãos locais”, defendia o bispo.
Por Jaime C. Patias *
Nascido em Bellusco na Província de Milão, no norte de Itália, a 17 de fevereiro de 1929, Dom Ravasi entrou no Instituto da Missão Consolata em Turim. Fez a sua primeira profissão religiosa em 1951. Após completar os seus estudos, foi ordenado sacerdote a 9 de fevereiro de 1957 em Washington, EUA, onde trabalhou como missionário até 1971. Nesse ano, partiu para o Quênia, onde realizou o seu apostolado missionário. Em 1981 foi eleito Bispo de Marsabit sucedendo Dom Carlo Cavallera, também missionário da Consolata italiano, como pastor entre os pastores nômades da vasta região norte do Quénia.
Como segundo bispo de Marsabit, uma extensa região habitada por diversos grupos étnicos no norte do Quênia, Dom Ravasi foi o grande idealizador de um plano de Evangelização orientado segundo a cultura e os costumes das diversas etnias (Samburu, Turkana, Borana, Rendile, Gabra, Kikuyu, Meru, Luo, El Molo). Os evangelizadores locais entre os quais muitos catequistas deveriam seguir o povo nômade que se deslocava no território. Segundo o bispo, “a evangelização não será frutuosa se não envolvermos os cristãos locais”.
No Quênia para trabalhos da Direção Geral, tive a oportunidade de visitar Dom Ravasi no Santuário – Casa de Retiro “Maria Mfariji” (Consoladora) onde vivia nas colinas de Marsabit, a 2 km a cidade. Na ocasião, em 22 de março de 2019, o bispo sempre muito entusiasta, concedeu uma longa e rica entrevista em Inglês na qual conta em detalhe a sua história vocacional e fala dos longos anos de evangelização no Quênia.
Confira entrevista com Dom Ravasi (em Inglês) publicada no site Consolata.org.
O Centro de Pastoral oferecia formação para catequistas, lideranças jovens e seminaristas. Graças a esse método de evangelização o aumento dos cristãos e das comunidades foi considerável tanto que, em 2005, um ano antes de Dom Ravasi se tornar emérito, foi criada a nova Diocese de Maralal, desmembrada de Marsabit.
