Companheiros de caminhada

“Tornem-se Santos para poderem salvar almas!” (Pe. José Allamano)

Por Giacomo Mazzotti

Ao longo de 2017, neste espaço, ficaremos em companhia do padre Giacomo Mazzotti, missionário da Consolata, atualmente, “postulador”, isto é, responsável, pela Causa de Canonização do Fundador, o Bem-aventurado José Allamano. Assim como fez ao longo dos três últimos anos o padre Francesco Pavese, a quem agradecemos de coração, padre Giacomo refletirá com os leitores elementos da experiência original e simpática do padre Allamano.
Já conhecemos muitas coisas a respeito do Bem-aventurado José Allamano; porém, não podemos esquecer que não foi um navegador solitário, um herói isolado. Ele viveu santamente, trabalhou para Deus e pelo próximo, mas com um estilo próprio, que ele mesmo chamava “o meu espírito”.
O Bem-aventurado José Allamano, que foi pai e mestre de missionários, foi formado e guiado por uma variedade de modelos de santos, dos quais procurava absorver não só a alma, mas a própria santidade; porém, uma santidade original e acessível. Ele dizia: “os santos merecem honra, invocação e imitação; e nós, devemos honrá-los, invocá-los e imitá-los”. E explicava assim um terceiro ponto: “os santos são modelos a serem imitados por todos, porque viveram sua vida com heroísmo e virtude”. Para Allamano, os santos são modelos “garantidos” porque foram dons de Deus, diferentes um do outro, com propostas de vida a oferecer a pessoas diversas e em diversas situações. Ele valorizava os santos não só como intercessores, mas particularmente, como mestres e modelos.

Como o perfume de um vinho “especialíssimo”

Tempos atrás (2014) foi editado um opúsculo com um título um tanto “agreste”: “Escolhendo a flor da flor – os cinquenta e um santos de José Allamano”. O livrinho foi escrito pelo padre Francesco Pavese e é uma pena que esse material ainda não tenha sido traduzido para o português. Mas, quem mastiga um pouco o italiano pode saboreá-lo com calma no site: http://giuseppeallamano.consolata.org
No livrinho são apresentados, então, os santos por Allamano mais valorizados; e neles ele plasmava o seu caminho original de missionário e de santo. Não se fechava num único modelo, mas com a sabedoria do Evangelho, conseguia criar uma síntese, produzindo aquilo que podemos definir um “Allamano-lifestyle”(estilo de vida) - uma marca de qualidade e garantia, um produto especial, como o perfume inconfundível do vinho produzido nas colinas que circundam a sua terra natal, Castelnuovo – de uma santidade missionária segura.
Nos próximos meses, tentaremos apresentar alguns destes “companheiros de caminhada” do padre José Allamano, e por reflexo, também nossos. E desses encontros possa nascer um novo modelo de santidade, não de altar, mas aquela original de cada um de nós.

* Giacomo Mazzotti, imc, é postulador da Causa de Canonização do Bem-aventurado José Allamano.