Se Allamano fosse vivo, estaria em linha com a Campanha da Fraternidade 2022, pois considerava a Educação, item essencial na vida dos sacerdotes missionários.
Por Redação
A Tradição mostra com clareza a necessidade da instrução. Papas, Concílios, Santos Padres, todos sempre declararam que os sacerdotes devem ser pessoas instruídas. São Francisco de Sales chama a ciência de oitavo sacramento. O mesmo santo não duvidava em afirmar que um sacerdote ignorante, talvez, é mais nocivo às almas do que um sacerdote mau.
Não devemos esperar pela ciência infusa, como sucedeu com os apóstolos, os quais, todavia, freqüentaram a escola de Jesus durante três anos; só depois deste tirocínio é que o Espírito Santo supriu as suas deficiências. Acredite: realizareis muito ou pouco bem, ou também mal, segundo o grau de cultura que tiverdes adquirido ou não. Um missionário desprovido de ciência é uma lâmpada apagada. Há santos que nivelam o estudo à piedade. Bem conheceis a afirmação de Santa Teresa: entre um confessor douto e menos santo, e outro mais santo, porém, menos douto, teria escolhido, para tranqüilidade de consciência, o mais douto.
Matérias de Estudo
Considerando que sois missionários, a bagagem dos vossos conhecimentos deve ser mais ampla: literária para os jovens; filosófica e teológica para os clérigos e sacerdotes; para todos – a eclesiástica e a profissional – abarcando todas aquelas matérias e conhecimentos que vos podem ajudar a realizar maior bem nas missões.
Lembrai-vos do ditado: “as coisas repetidas ajudam”. É mister rever os temas já estudados. Quando se estuda uma coisa pela primeira vez, é para recitá-la; na segunda – começa-se a digeri-la; na terceira – saboreia-se a verdade. O que se aprende com facilidade se esquece.
Recomendo-vos particularmente, o estudo e o exercício das línguas, a fim de que possais falar e expor com clareza as verdades que devereis ensinar. Um respeitável autor, discorrendo sobre as matérias que um sacerdote deve estudar, afirma que a primeira coisa é a língua na qual deverá exercer o ministério; deve conhecê-la bem, para depois ter condições de escrever e de falar convenientemente.
O estudo das línguas indígenas não exclui o de outros idiomas, como inglês, Frances e outros que podemos aprender. O estudo da gramática, porém, não é tudo: é preciso fazer exercício de conversação.
Deve-se estudar com humildade, energia, moderação e piedade. (continua na próxima edição) ν