Allamano tinha profunda confiança em Deus e na Virgem Consolata. Neste artigo incentiva-nos a mergulhar confiantes na Divina Providência.
Por Redação
O abandono em Deus é uma confiança amorosa na Divina Providência, que nos acompanha a todo o instante da nossa vida. Os teólogos assim definem a Divina Providência: “Ato com que Deus conserva as coisas que criou, governa-as, dirige-as todas a um fim comum e cada uma a um fim particular.” Fim comum é a glória de Deus, a manifestação dos seus atributos: Deus tudo fez para si mesmo (Pr 16, 4). Deus criou todas as coisas para sua própria glória. Este fim é sempre alcançado. O fim particular, porém, estabelecido para cada criatura, nem sempre é atingido. A Divina Providência se manifesta tanto na conservação como na direção e governo das criaturas.
Devemos depositar grande confiança na Divina Providência. Não vos preocupeis do que comereis e com que vos vestireis (Mt 6, 31). Se Deus alimenta os passarinhos, com que solicitude não sustentará os seus apóstolos? A ajuda que Nosso Senhor nos dá, depende da nossa correspondência. Se nós o merecemos, Deus faz sair e entrar; do contrário, só faz sair. A minha preocupação não é que entre dinheiro, mas que mereçamos que entre. Nosso Senhor pensará em tudo o mais, mesmo a custo de fazer chover pães do céu, se for necessário. Eu não duvido da Providência.
Sem essa confiança na Divina Providência, seria para enlouquecer. Sucede, às vezes, que não há dinheiro para pagar uma conta que vence; vem a noite e o dinheiro falta... Asseguro-vos, porém, que jamais deixei de dormir tranquilamente por causa das preocupações financeiras. Pois bem, no dia seguinte, o dinheiro entra e salda-se a dívida. Eu não vou procurar o dinheiro; Nosso Senhor o manda na hora certa.
O abandono na Divina Providência não exclui, porém, que pensemos e providenciemos para o futuro. Jesus, no Evangelho, proíbe aquele afã exagerado que se origina da desconfiança em Deus e do apego excessivo às coisas da terra.
Se Deus, pois, é tão magnânimo em providenciar-nos as coisas materiais, o que não fará pelas espirituais? Devemos ter confiança a respeito de todas as disposições divinas que de alguma forma nos atingem de perto. Conseguiremos isso de duas maneiras: primeiro, reconhecendo que Deus intervém em todas as coisas, inclusive mínimas, e que as governa e dirige para o nosso bem. Segundo: submetendo-nos às suas disposições diretas ou permitidas. De nossa parte, façamos as coisas com a máxima perfeição possível e não nos perturbemos pelo que poderá acontecer.