Jubileu de Ouro da Paróquia Nossa Senhora da Penha

Paróquia no Jardim Peri, São Paulo, celebra história de 50 anos e festa da padroeira em setembro.

Por Victor Mbesi Wafula

A história é feita pelos homens e pelas mulheres que saem de sua própria cultura e aceitam o Evangelho. As pegadas pelos caminhos da história são resultado da ousadia de tornar o mundo melhor, com marcas imprescindíveis da mudança na história. Foi assim que o povo de Deus iniciou a sua caminhada sob o impulso do Sopro. Foi assim que o povo começou a escrever a sua experiência de Deus nos livros da história, nos livros da vida.

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A Paróquia Nossa Senhora da Penha, localizada no Jardim Peri, na Zona norte da capital paulista teve momentos únicos e históricos na novena da Padroeira celebrada este ano. A novena foi iniciada no dia 2 de setembro com a Missa de abertura presidida pelo Padre Victor Mbesi Wafula, concelebrada por Padre Pietro Plona, o Pároco. “Nesta Santa Missa damos início à novena e aos dias festivos da Padroeira e também de modo todo singular, em comemoração do Jubileu de Ouro da Paróquia. Gratidão a Deus por estas bênçãos, e a todos os que, no decorrer da história, acreditaram na proposta do Reino, e se doaram sem reservas e trabalharam incansavelmente em benefício desta paróquia. E a nós, que hoje celebramos este jubileu, vivamos com gratidão este momento, com o intuito de abraçar firmemente e levar adiante essa herança cuja nobreza define e dá sentido à nossa existência”, salientou o Presidente da celebração nas palavras introdutórias.

A Novena teve como tema “Eu pertenço a esta família” e as reflexões feitas foram à luz da comunidade primitiva em Atos dos Apóstolos. Sublinhou-se o aspecto da pertença como elemento fundamental e indispensável ao redor do qual gira a construção de qualquer comunidade cristã. Ademais, desse elemento emana uma força inquebrantável que gera comunhão, alento dos cristãos na caminhada. O Padre Pietro apresentou o histórico da paróquia, fruto de anos de missão.

Igreja-mãe, geradora de outras Igrejas
Foi a 8 de Julho de 1966 que a paróquia Nossa Senhora da Penha foi criada, desmembrada das paróquias São Pedro Apóstolo de Tremembé e Nossa Senhora das Graças de Vila Nova Cachoerinha.

Da Paróquia Nossa Senhora da Penha foram criadas as seguintes paróquias: Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Vila Dionísia em 1970, Santa Cruz de Parque Modelo em 1972, Paróquia Sagrada Família – Jd Antárctica em 1988 e a última a ser criada foi São Marcos Evangelista – Pedra Branca em 2014 que está sob o cuidado pastoral dos missionários da Consolata.

Além da própria festa da Nossa Senhora da Penha que se celebrava no domingo dia 11, a paróquia viveu um momento histórico e todo singular na quinta feira dia 8, o dia da festa da Natividade da Nossa Senhora. Neste dia celebrou-se também a Dedicação da Igreja e a Consagração do novo Altar na Missa das 20h presidida pelo cardeal arcebispo metropolitano de São Paulo, Odilo Pedro Scherer, concelebrada pelos dois padres da paróquia, e o Padre Roberto Lacerda, o cerimoniário. A Igreja estava lotada por muitas pessoas de outras comunidades como também do bairro que vieram para registrar a sua presença e vivenciar esse momento tão raro. Ecoando as palavras do Papa Francisco, o cardeal dirigiu-se à assembleia, “A Paróquia é a casa de todos os fiéis, é a Igreja que vive no meio das casas dos seus filhos e das suas filhas. É comunidade de comunidades, o santuário onde os sedentos vão beber para continuarem a caminhar, e centro de constante envio missionário...”

Neste dia, a igreja Nossa Senhora da Penha foi dedicada, uma vez por todas. O termo mais usado,

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“dedicação”, significa que toda igreja é dedicada por excelência à Santíssima Trindade, a Nosso Senhor Jesus Cristo e seus títulos; ao Espírito Santo, a Santíssima Virgem, aos Santos Anjos, aos santos inscritos no Martirológio Romano. Na dedicação da igreja, o rito é belíssimo e muito rico de significados. Ali acontece a aspersão da água benta, as unções do altar e das paredes no edifício, a incensação, a deposição das relíquias no altar, a iluminação e, é claro, o rito da Palavra e da Eucaristia.

Parte por parte, com muito significado, a água aspergida logo no início é um clamor para que todo local seja purificado, lavado por Deus tanto as paredes quanto cada fiel que participar, é um rito penitencial, por isso não há o ato penitencial como de costume. As unções do altar e das paredes ungem aquela mesa que será usada para o sacrifício eucarístico, a unção ainda exala aquele belo e agradável odor do qual todos somos chamados a exalar, o odor de Cristo (2Cor 2,15). O incenso, a fumaça que sobe aos céus são as nossas orações, nossos pedidos elevados ao Pai. Desde os primeiros séculos, celebrava-se nas catacumbas sobre as relíquias dos mártires, os santos que deram a vida por amor a Jesus Cristo; assim, a deposição das relíquias no altar, nos recorda a doação, a entrega dos santos como resposta ao amor divino. A iluminação: Cristo é a Luz que ilumina, a Luz por excelência que nos tirou da escuridão, por Ele somos iluminados, por Ele também iluminaremos onde chegarmos, levando Cristo, a Luz por excelência.

No fim da Celebração, o padre Pietro Plona expressou gratidão a todos os paroquianos pelo empenho e pela generosidade na realização da reforma da Igreja, e ao Pastor pela sua disponibilidade e prontidão. Dom Odilo, por sua vez, convidou os fiéis, tendo renovado a Igreja, que se deixem renovar para que possam viver com mais ardor o compromisso batismal. Lembrou os fiéis que o rito da dedicação da igreja diz muito da nossa fé, é uma celebração que se deve viver com muita piedade e fervor. Cada ano que se passa essa data deverá ser lembrada e o dia comemorado devidamente.

Cada vez que entrarmos numa igreja, tenhamos o devido respeito, amor por cada espaço daquele local, pois, é um local sagrado onde Deus manifesta a Sua glória e misericórdia, um local de encontro com o Pai por meio de Jesus Cristo no Espírito Santo, lugar de falar e de ouvir a Deus, lugar de celebrar, de pedir, de dar graças por tantos benefícios recebidos. Naquela igreja ou capela que frequentamos, seremos agraciados por Deus e cheios d’Ele voltemos para casa, para o trabalho transbordados por Seu amor, e testemunhar o mesmo aos nossos irmãos e irmãs, traduzindo a fé em gestos concretos de amor, paz, misericórdia e perdão. Sejamos sinais proféticos da presença de Deus no mundo.

Victor Mbesi Wafula, imc, é vigário da Paróquia Nossa Senhora da Penha, São Paulo.
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