Natureza e fim do Instituto

O fim primário é a santificação dos membros. O secundário é a evangelização dos não-cristãos.

Por Redação

A nossa comunidade se denomina Instituto ou Congregação. Diz-se da Consolata para as Missões Estrangeiras. Considerando o assunto perante Deus, examinando a diversa natureza dos institutos missionários já existentes, optou-se por esta forma, para maior perfeição e para segurança inclusive material de que usufruirão os membros até a morte.

O fim primário do nosso Instituto é a santificação dos membros. O fim específico e secundário, que constitui sua característica e razão de ser: a evangelização dos não-cristãos. Segundo as normas da Igreja, o fim secundário e específico do Instituto é constituído por aquelas obras peculiares de caridade para com Deus e o próximo. O fim específico deve, portanto, relacionar-se com a prática da caridade para com Deus e o próximo; não se poderia, por exemplo, assumir o trabalho de assistência aos operários nas fábricas, a não ser para lhes proporcionar um bem espiritual.

Aplicando ao nosso caso as normas acima: a evangelização dos não-cristãos pode e deve abranger todas as obras, usar todos os meios que forem necessários ou úteis para alcançar este fim, segundo as circunstâncias de lugar e de tempo, e aprovados pela Santa Sé. Obtivemos aprovação especial para montar fazendas, oficinas industriais, escolas, visita a domicílio, assistência médica, orfanatos, colégios etc.

O Instituto não pode dedicar-se à conversão dos hereges a não ser acidentalmente e como meio para alcançar a sua finalidade.

Quem entrasse no nosso Instituto sem a intenção de tornar-se missionário da Consolata, seria um intruso, deveria prestar contas a Deus, à casa e aos benfeitores. O Instituto não é um colégio ou um seminário onde possam crescer e desenvolver-se diferentes vocações, mas só a de missionário, e missionário da Consolata.

Os candidatos devem, por isso, desde o tempo da formação e também depois, nas missões, suscitar em si mesmos um zelo ardente pela salvação dos não-cristãos. É indispensável, portanto, que se habituem o mais cedo possível a prescindir do bem-estar e das pequenas comodidades da vida do mundo. Muitas vezes estamos tão apegados a tais comodidades que as consideramos necessárias; privarmo-nos delas parece um grande sacrifício. Eis a única vereda para chegarmos àquela generosidade de espírito que nos permitirá suportar alegremente os maiores sacrifícios e privações da vida missionária.

Extraído do livro A Vida Espiritual, páginas 33 a 36.