A cada dia, nos convencemos mais de que estamos onde o Senhor quer que estejamos
Por Missionários da Consolata*
Nós, os missionários da Consolata na Venezuela, reunidos em nossa VIII Conferência (6 a 10 de agosto de 2018), com a presença do Superior Geral e do Conselheiro Continental, saudamos a todos os membros do Instituto, especialmente os do Continente América. Muito obrigado pela proximidade e pelas mensagens de consolação.
Convencidos de que nossa missão no meio desse povo sofrido deve continuar, gostaríamos de pedir-lhes:
- Continuem rezando pela Venezuela para que supere esta difícil situação e por nós missionários, para que sejamos um sinal de consolação em meio a tanta dor.
- Mostrem aos missionários de suas circunscrições que na Venezuela hoje a missão consolação é mais necessária do que nunca. O Senhor precisa de nós aqui e há espaço para aqueles que desejam juntarem-se a nós.
- Ajude-nos a promover a solidariedade com a nossa presença, uma vez que é cada vez mais difícil manter as nossas missões por causa da situação. Gostaríamos de estabelecer parcerias com paróquias irmãs, grupos ou outros que desejam nos ajudar.
- Incentivem os jovens de nossas casas de formação motivando-os a conhecer e identificar-se com esta enriquecedora experiência missionária. Estamos dispostos a receber os jovens em formação que queiram fazer sua experiência ou estudos de especialização na Venezuela.
- Sejam pontes entre aqueles que desejam conhecer de perto a nossa realidade (leigos, padres ou religiosos) para nos acompanhar em nosso caminhar com o povo. Recomenda-se que venham aqueles que não precisam de VISA. Pedimos que se responsabilizem pelas próprias passagens.
Como sabem, a Venezuela está passando pela pior crise de sua história como República, em âmbito social, econômico e político. Na esfera social, nosso povo vive um momento em que o acesso à comida é uma odisseia, tanto pela escassez quanto pelos altos preços. Aumentam cada vez mais as vítimas desta situação devido à fome ou desnutrição. O êxodo dos profissionais da saúde é outro fator que piora a situação.
A crise se estende a todos os setores e é mais notável nos serviços básicos. Essa situação afeta toda a população, causando um êxodo em massa para outros países, especialmente dos jovens e profissionais.
O problema de fundo é político e a solução tem que ser política, não está em nossas mãos, mas partilhamos a dor de cada venezuelano. Todo grito chega aos nossos ouvidos e corações. Neste contexto, vivemos o nosso carisma de consolação-libertação e, a cada dia, nos convencemos mais de que estamos onde o Senhor quer que estejamos.
No âmbito do XIII Capítulo Geral, o Papa Francisco nos recordou: “...gostaria de vos exortar a fazer um atento discernimento sobre a situação dos povos entre os quais desenvolveis a vossa ação evangelizadora. Nunca vos canseis de levar conforto àquelas populações que são marcadas frequentemente pela pobreza e pelo sofrimento agudos, como por exemplo em muitas partes da África e da América Latina. Deixai-vos provocar continuamente pelas realidades concretas com as quais entrais em contato e procurai oferecer nos modos adequados o testemunho da caridade que o Espírito infunde nos vossos corações (05 de junho de 2017).
Estas palavras ecoaram muitas vezes durante a nossa VIII Conferência e nos fortaleceram grandemente. Saímos convencidos de que o Bem-aventurado José Allamano anda com o povo por meio de cada um de nós. Somos fortalecidos pelas palavras de Jesus, que sofre com o nosso povo e nos encoraja a continuar caminhando com esta gente que, apesar de estar morrendo por não ter o suficiente, sabe partilhar do seu pão.
Reafirmamos que é tempo de consolação, tempo de permanecer e caminhar junto aos que sofrem e sonham com um amanhã melhor.
Confiamos nossa missão a Deus, por intercessão da Mãe Consolata, do Bem-aventurado José Allamano e do nosso Protetor anual, Dom Óscar Romero.
Barquisimeto, 10 de agosto de 2018, festa de São Lourenço Mártir