Missionários do curso de 50 anos de ordenação ou profissão religiosa na Casa do Fundador em RivoliP. Foto: Jaime C. Patias.
Por Jonah M. Makau *
Vivemos na era da comunicação, onde todos parecem ter algo para comunicar. De acordo com Luciano Floridi, professor de filosofia e ética da informação na Universidade de Oxford, não vivemos apenas na biosfera, mas também naquilo que é chamado de infosfera: somos como nós em uma vasta rede de dados, indivíduos que nadam em um oceano de dados de vários tipos.
No mar de informações em que estamos imersos, há a opinião dos outros sobre nós e a nossa sobre eles. Naturalmente, por razões óbvias, nossa vida não deveria ser governada pelas opiniões dos outros sobre nós, mas há ocasiões em que essas opiniões são cruciais. Durante a ordenação sacerdotal, por exemplo, o bispo pergunta se os candidatos são dignos, e aquele que apresenta o candidato para a ordenação responde: 'com base nas informações coletadas junto ao povo cristão e segundo o julgamento daqueles que cuidaram de sua formação, posso atestar que são dignos'. Isso significa que a ordenação depende, entre outras coisas, da opinião das pessoas sobre os candidatos.
O mesmo vale para o processo de canonização: segundo a Sanctorum Mater, um documento da Congregação para a Causa dos Santos, antes de decidir iniciar um processo de canonização, o bispo diocesano deve verificar junto ao povo de Deus se o candidato em questão desfruta de uma sólida e ampla fama de santidade (Art. 7, § 1). Se isso estiver ausente, não se continua, não faz sentido iniciar um processo se esse requisito não estiver presente. Mas o que é a fama de santidade? A fama de santidade é a opinião amplamente difundida entre o povo de Deus sobre a pureza e a integridade de vida do servo de Deus e sua prática heroica das virtudes cristãs (Art. 5, § 1).
Esta fama de santidade deve ser estável, espontânea e difundida (Art. 7, § 2). Estável significa que não é flutuante, aparece em certos momentos e desaparece em outros; espontânea significa que é reconhecida naturalmente pela comunidade e não é fruto de publicidade, clamor midiático ou coisas do tipo; difundida significa que não está associada apenas a alguns indivíduos que podem também ter interesses específicos.
Além disso, não devemos esquecer que a fama de santidade é fundamentada e medida pela fama dos sinais, ou seja, a opinião difundida entre o povo de Deus sobre a graça e os favores recebidos por intercessão do servo de Deus (Art. 6). Em outras palavras, para que o processo de canonização comece, alguém deve afirmar ter orado invocando o servo de Deus e que suas orações foram atendidas. Quanto mais pessoas fizerem tais afirmações, melhor.
O que importa é que haja uma opinião positiva entre o povo de Deus, a partir da qual uma investigação possa ser iniciada, dando início assim a um processo de beatificação. Isso explica por que as pessoas devem aprender a ver o lado positivo do próximo e expressá-lo. Quando isso falta, acontece o que São Paulo falava quando dizia: 'Se vocês se mordem e se devoram uns aos outros, cuidado para não serem destruídos uns pelos outros' (Gálatas 5,15). Quando a opinião das pessoas tem como único objetivo diminuir, humilhar e caluniar uns aos outros, o resultado é sempre a morte da comunidade.
Portanto, é claro por que nosso Fundador, o Bem-aventurado José Allamano, sempre insistiu no espírito de família: não era apenas um meio para facilitar nossas atividades missionárias, mas também um critério para avaliar nosso valor como instrumentos dos desígnios de Deus. As palavras de São Paulo devem sempre nos guiar: 'Nenhuma palavra ruim saia de suas bocas, mas apenas palavras boas que possam servir para a edificação necessária, beneficiando aqueles que ouvem' (Efésios 4,29).
Desejo a todos um maravilhoso ano novo e não esqueçam que ser positivo cria santos.
