Padre Vidal Moratelli parte para o Pai

Vítima da Covid-19, missionário falece aos 86 anos em São Paulo.

Por Maria Emerenciana Raia

Faleceu hoje, 1 de julho de 2021, o padre Vidal Moratelli, vítima de complicações decorrentes da Covid-19. O missionário completou 86 anos de vida no dia 12 de janeiro e estava internado desde maio.

Padre Vidal nasceu em Rio do Oeste (SC) no ano de 1935. Ingressou com 12 anos no Seminário São Francisco Xavier no dia de São José, 19 de março de 1947. Estudou em Erechim (RS) e São Manuel (SP), onde fez a faculdade de Filosofia. O Noviciado foi feito em Sorocaba (SP). Este ano celebrou 60 anos de ordenação sacerdotal, em 18 de março.

Trabalhou como assistente e professor no Seminário de São Manuel, como vigário paroquial no Rio de Janeiro, e em Roraima, na Missão Surumu.

Padre VidalEm 1965 partiu para Moçambique, com o padre Gelindo Scottini, sendo os dois primeiros missionários brasileiros a trabalharem naquela missão. Em Moçambique, trabalhou com padre Adriano Prado, que também faleceu vítima de Covid-19, em 20 de maio passado.

Tinha lembranças muito fortes do país, principalmente durante o tempo da guerra pela independência.  Amante da prática de esportes, dava aula de futebol e comandava um time de crianças, além de exercer o magistério.

De volta ao Brasil em 1983, trabalhou em Curitiba (PR), Zé Doca (MA), Jaguarari e Monte Santo (BA).

Estava na Casa Regional dos Missionários da Consolata em São Paulo, em ritmo de espera para nova missão, em função da pandemia do Coronavírus.

Conheci padre Vidal na década de 90 do século passado, quando cobriu férias do pároco na igreja da Consolata no Jardim São Bento. Era muito ativo e prático, independente e defensor das causas sociais. Um verdadeiro missionário.

Pe. Vidal procura água com a ajuda da varinha (4)Tinha o dom da radiestesia (técnica que avalia as vibrações energéticas de pessoas, ambientes, animais e objetos) e apontava os veios de água com suas "varinhas" e suas implicações na energia das pessoas e locais. Certa vez, pedi a ele que fosse comigo a um abrigo de cães em Franco da Rocha, para localizar o veio de água a fim de que pudéssemos perfurar um poço artesiano. Ele prontamente se dispôs a ir, e conseguiu identificar onde devíamos perfurar. Tive o privilégio de conviver um pouco com ele nesses últimos anos na Casa Regional. Sua última missão foi embelezar o jardim, deixando como legado flores coloridas e alegres como ele também era.

Maria Emerenciana Raia é editora da Revista Missões.