A solenidade da Consolata é nossa festa

Padres Paulo Mzé, Sandro Dalanora, Gianfranco Graziola, Durvalino Condicelli, Luiz Emer e Giovanni Safirio.

Padres Paulo Mzé, Sandro Dalanora, Gianfranco Graziola, Durvalino Condicelli, Luiz Emer e Giovanni Safirio.

A solenidade da Consolata é nossa festa, reafirmou superior regional do Brasil, em celebração dedicada à padroeira do Instituto Missões Consolata (IMC).

Por Paulo Mzé

O superior dos Missionários da Consolata no Brasil, padre Luiz Carlos Emer presidiu celebração eucarística em louvor a Nossa Senhora Consolata, às 18h do sábado (19), na capela da Casa Regional dos Missionários da Consolata, na cidade de São Paulo.

Diante de membros da comunidade dos missionários da Consolata da Casa Regional, durante a homilia, começou fazendo referência à proximidade que o Pai fundador, o Bem-aventurado José Allamano tinha com Nossa Senhora Consolata. Padre Luiz lembrou que Allamano dizia aos missionários que “o Instituto surgiu por vontade da Consolata”.

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Professo Orácio Teodósio, padres Sandro Dalanora, Gianfranco Graziola, Durvalino Condicelli, Luiz Emer e Giovanni Safirio.

Tendo em conta a liturgia da palavra de Deus para a solenidade, conclamou todos à alegria. “Então, é toda uma mensagem de alegria, por saber que Deus está próximo; Deus não está alheio, ausente”, enfatizou. Sobre a segunda leitura, padre Luiz disse que nós, “somos também chamados a levar esta consolação aos demais.” Por fim, partilhando o Evangelho disse que: “Maria vai ser a primeira pessoa verdadeiramente consolada”. Terminou dizendo que: “Então, profundamente consolada, ela vai consolar e nos chama também a ir.”

Como tem sido tradição e em sinal de fraternidade, padre Luiz repercutiu a mensagem do superior geral, padre Sfefano Camerlengo, escrita a propósito da solenidade de Nossa Senhora Consolata deste ano.

Padre Luiz disse que consolar é estar presente, custe o que custar. Lembrou ainda que “consolar é olhar para o homem e reconhecer nele a dignidade de ser uma pessoa e não um número a ser acrescentado aos outros.”

A solenidade de Nossa Senhora Consolata na Casa Regional foi celebrada na intenção do falecimento dos padres: Adriano Prado e Sabino Mariga, mortos por conta da Covid-19, num dia em que o país atingiu a triste marca de 500 mil mortos pela doença. Também teve-se em conta os outros membros da comunidade que ainda continuam doentes.

Padre Luiz Emer, superior regional dos Missionários da Consolata.

Padre Luiz Emer, superior regional dos Missionários da Consolata.

Homilia na Íntegra

 

Naquilo que representa esta festa para nós. Recordar um pouquinho aquilo que Allamano falava da Consolata. São coisas acho importantes que mostram como ele viveu esta proximidade com a Consolata. Ele dizia que o Instituto surgiu por vontade da Consolata. A fundadora é ela. Nós a veneramos como padroeira e Mãe. Nós trazemos o título da Consolata como nome e sobrenome. O Instituto é obra de Maria. Por isso, a solenidade da Consolata é nossa festa. Nossa de maneira especial. O Instituto é obra de Maria. Ela o idealizou, o sustentou material e espiritualmente. E continua sempre atenta socorrendo-nos em todas as nossas necessidades. A verdadeira fundadora do Instituto é Nossa Senhora. Não resta dúvida, tudo quanto aqui for feito, tudo é obra da Santíssima Consolata. Ela sempre interveio de maneira extraordinária. “Vi muita coisa, muita coisa”. Nós sabemos ver muita coisa o que significou. Falava dos verdadeiros milagres que aconteceram. Especialmente em relação ao Instituto. Quantas vezes, ele sentiu a providência, a presença de Maria ajudando em situações difíceis. Ele diz, devemos ter um santo orgulho de pertencer a nossa Senhora sob este título. Esta festa para nós filhos prediletos da Consolata. É importante, ela é tudo. O coração diz o que se deve fazer para com a Mãe. Se já celebramos com grande amor todas as festas de Nossa Senhora,devemos celebrar com mais intenso amor ainda esta que é a nossa festa. Nossa de maneira toda especial. Me chamou a atenção quando ele fala desse: “Devemos celebrar esta festa com mais intenso amor ainda”. Isso me faz lembrar o que seria celebrar com mais intenso amor. Me fez lembrar Santo Inácio de Loyola, nos exercícios que diz: “Não é muito saber, nem refletir, que preenche, que satisfaz o nosso coração. Mas é o sentir; o experimentar”. Nos exercícios quer levar a pessoa a servir aquelas passagens do Evangelho. Se colocar dentro, sentir. Celebrar a festa, acima de tudo, um pouco é como celebrar o aniversário de nossas mães. Quantos aniversários, nós celebramos juntos. E o sentimento maior é sempre aquele de alegria, de gratidão. Por tudo aquilo que experimentou, que sentiu que nossas mães fizeram. E quem está viva ainda faz por nós. O que uma mãe não faz por um filho. Então, celebrar a mãe é sempre o que tem a ver com o coração, com a alegria. E nós podemos dizer que a Consolata, para nós que somos missionários. Ela de alguma forma nos gerou para o que somos hoje. Não sei, cada um de nós tem a sua história de como entrou no Instituto. Mas de alguma forma, cada um pode sentir que ela de certa forma nos atraiu. E não só isso, também durante tempos. Quantas graças a gente sentiu nos momentos difíceis. Até momentos de perigo. Eu tenho uma graça bem clara também que senti durante o tempo do seminário. De estar em perigo, e pedir a ela, e sentir que alguma fonte especial. Veio ajudar. Não só isso, ela nos acompanhou, nos agraciou em tantas situações, também materiais. Foi a graça que ela quer nos dar, o presente mais precioso. Com certeza é o seu Filho Jesus. Tanto assim, que ela nos deu de presente, Ela nos atraiu para que fôssemos missionários do seu Filho, mensageiros e portadores deste presente que é o maior presente que a gente pode receber, como diziam os bispos em Aparecida. “Jesus Cristo é o maior presente que nós podemos dar a uma outra pessoa”. Então, ela nos atraiu, para que fôssemos mensageiros. Para levar este presente precioso a tantas pessoas. Isso deve encher-nos de gratidão e alegria. É um pouco isso que as leituras de hoje vão expressar. A primeira leitura fala desta alegria, toda ela fala de alegria, solta júbilos de alegria filha de Sião. É o Senhor que revogou a sentença, que está no meio de ti. Então, é toda uma mensagem de alegria, por saber que Deus está próximo; Deus não está alheio, ausente. Também a leitura de Paulo aos Coríntios. Então, vai nos lembrar desta consolação. De que nós fomos destinatários desta consolação, porque recebemos a consolação, então, somos também chamados a levar esta consolação aos demais. Então, enriquecidos somos chamados a enriquecer os outros. No Evangelho, Maria vai ser a primeira pessoa verdadeiramente consolada. Ela que vai gerar, no seu seio, vai gerar dentro dela, o consolador da humanidade. Ela vai sentir em toda a plenitude esta alegria da consolação, de acolher, este presente grande; este presente precioso que Deus preparou para humanidade. E ela não vai se conter. Ela vai sair, como diz o Evangelho, apressadamente a consolar. A levar esta boa nova, a levar o seu serviço a sua prima Isabel. Então, profundamente consolada, ela vai consolar e nos chama também nós a ir. E para terminar, queria só lembrar aquilo que o padre Stefano também colocou em sua carta, nos recorda as palavras do profeta Isaías. “Consolai, consolai meu povo”. Falai ao coração das nossas comunidades; do nosso povo, dos nossos países. Este mandato de consolar. O superior geral vai dizer que consolar é estar presente, custe o que custar. Quando se trata de assumir as responsabilidades. Consolar é olhar para o homem e reconhecer nele a dignidade de ser uma pessoa e não um número a ser acrescentado aos outros. Consolar é combinar a gramática da fé com o alfabeto da vida. Porque uma fé desencarnada não é fé. Deve cheirar a Evangelho e traduzir-se em boas práticas de vida medindo-se com os desafios de um mundo em mudança.

A Consolata chama-nos a consolar. Convida a fazermos a nossa parte, sem medo, sem máscaras, sem mentira, sem delegações. Paulo afirma que Deus consola-nos em todas as nossas tribulações, para que também nós possamos consolar aqueles que estão em qualquer tipo de aflição. Somos consolados por Deus para que possamos consolar nossos irmãos. A luta pelo bem abre a porta, a intervenção consoladora de Deus nas nossas vidas. Que permite a irmos ao encontro daqueles que estão em dificuldades para compreender as suas necessidades e procurar uma solução com eles. Uma solução que dê uma esperança concreta, encarnada e não aleatória, estéril e vazia. Não há contradição entre consolação e compromisso. No sentido de podermos relegar a consolação para a esfera da emoção. Enquanto mantemos o compromisso a esfera da ação. Acho que podemos dizer que celebrar, então com a Consolata, é celebrar esta alegria, por termos ela como mãe, como padroeira, como a Consolata que foi consolada por primeiro, aquela que está sempre pronta para nos consolar. Embora talvez nem sempre estejamos convencidos e abertos para acolher esta consolação e nos sentimos verdadeiramente consolados, como Allamano e todos os santos também dizem, que a medida em que nós recebemos, nos enriquecemos, somos consolados então, podemos levar também a verdadeira consolação e não uma consolação pela metade; uma consolação que é nossa, é pessoal. Mas aquela que é a verdadeira consolação.

*Paulo Mzé, imc, é diretor da revista Missões.