Por Jonah M. Makau *
Com relação a quase todos os tipos de coisas ou questões, podemos encontrar diferentes tipos de abordagens nas pessoas. Há o otimista que normalmente fala de maneira muito positiva e espera que tudo corra bem, porque acredita ter a capacidade de fazer coisas boas acontecerem.
Há o pessimista que tende a ver sempre o lado negativo das coisas; ele tem o hábito de perceber perigo, pecado e mal em todos os lugares, mesmo quando a "maldade" das coisas não é tão evidente como ele alega. Há a pessoa que poderíamos chamar de "realista" que consegue ver o lado negativo e positivo de tudo; é capaz de sintetizá-los para criar um quadro encorajador e convincente; fala de forma a deixar todos mais ou menos satisfeitos; não se deixa enganar pela beleza e bondade exteriores, nem se deixa ameaçar por perigos e desânimos.
No entanto, hoje parece surgir outra abordagem que difere dessas três "tradicionais": a dos indiferentes. A indiferença é a atitude adotada por aquele que não se preocupa com nada; é insensível a tudo o que acontece ao seu redor; é frio, desatento e desinteressado. Você tem razão em ficar chocado com isso, pois é quase como uma morte da consciência e das emoções; parece até pior do que o pessimismo, porque os pessimistas pelo menos estão cientes da realidade, mesmo que tenham uma visão envenenada das coisas.
Talvez haja muitas causas para a indiferença: pode haver problemas psicológicos, como depressão e esquizofrenia, que podem resultar de eventos traumáticos que produzem apatia e são meios naturais de autodefesa pelos quais os indivíduos tentam se proteger e evitar mais sofrimento.
Apesar disso, devemos nos preocupar se a indiferença é causada por críticas destrutivas que empurram as pessoas para o frio freezer das emoções, ou se é o resultado de uma longa inatividade daqueles que deveriam agir. Na sociedade, assim como na igreja ou em uma instituição, o conflito interno pode ser um sinal de vitalidade, enquanto o silêncio e a indiferença nunca são positivos ou encorajadores.
Quando não somos livres para expressar nossa opinião por medo de críticas ou rótulos, é natural que surja uma atitude de indiferença, o que não é bom se aqueles que deveriam agir para corrigir o que está errado negligenciaram seu dever por muito tempo. Então, a "moda de usar óculos escuros" é imposta, e para evitar críticas inúteis e destrutivas, tornamos nossa pele dura. Como ministros da Igreja e, portanto, pastores do povo de Deus, temos o dever de reverter essa tendência.
No final do capítulo 9 do Evangelho de Mateus, Jesus diz: "A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos! Portanto, orem ao Senhor da seara para enviar trabalhadores para a sua seara."
Jesus disse aos seus discípulos que não podiam simplesmente sentar e assistir as coisas escapando de suas mãos; mesmo que não fossem os donos da seara, ainda tinham a responsabilidade de fazer algo, mesmo que fosse apenas orar para que o dono da seara enviasse trabalhadores.
Essas palavras de Jesus nos lembram do 10º mandamento de p. Allamano: "nunca diga que não é meu dever". Em vez de culpar o secularismo no mundo ou na Igreja, temos o dever de começar a ser faróis de esperança para o povo de Deus. Enquanto o Sínodo sobre a sinodalidade está sendo realizado no Vaticano, oremos para que as aspirações e expectativas do povo de Deus sejam levadas em consideração na criação de uma Igreja onde todos se sintam em casa e tenham voz.