Unidos para dispersar-se...

“Santo Inácio nos ensina a fazer tudo para a maior glória de Deus e a ser fortes no combate às paixões. Vós deveis fazer tudo o que Deus quer e procurar não só o bem, mas o melhor”. (Bem-Aventurado José Allamano)

Por Giacomo Mazzotti

O Fundador dos jesuítas, Santo Inácio de Loyola, é sem dúvida nenhuma, um dos grandes mestres de José Allamano, como modelo de vida espiritual e, sobretudo, de “estratégia missionária”.
O laço mais evidente que unia os dois santos é o simples fato que Allamano, além de reitor do San­tuário de Nossa Senhora Consolata foi também, por toda a sua vida, reitor do pequeno Santuário de Santo Inácio; um Centro de Espiritualidade situado nos vales piemonteses de Lanzo, a 910 metros de altitude, nas proximidades de Turim. Neste Santuário eram organizados, no período de verão, dois cursos de Retiros Espirituais (para sacerdotes e para leigos), e Allamano sempre estava presente para a orientação espiritual dos participantes. Depois da fundação do Instituto da Consolata, também os jovens candidatos à missão, aproveitavam para dias de oração, descanso e lazer, na maravilhosa moldura dos montes vizinhos. Também nesses encontros o Allamano fazia questão de marcar presença.

Proximidade

A “proximidade” afetuosa e convicta de Allamano com o fundador dos jesuítas, revela-se também no fato de ele ter proposto aos seus missionários e missionárias a famosa ‘Carta de Santo Inácio’ sobre a Obediência. Eis as suas palavras: “entrego-vos hoje, uma cópia da Carta que Santo Inácio escreveu a seus filhos, sobre a virtude da Obediência e que enviei também aos que estão na África, à qual acrescentei uma introdução. Quero pois, que a Obediência seja a vossa característica”.
Porém, de Santo Inácio, o Fundador admirou e imitou, sobretudo, o ardor apostólico. De fato, os jesuítas se destacavam, desde a fundação, pelo espírito missionário, pela disponibilidade de irem em qualquer parte do mundo aonde o papa os destinava e à disposição para qualquer trabalho. Uma “Companhia” em movimento, cujos membros se “unem para dispersar-se e se dispersam mantendo-se sempre unidos”.
Assim Allamano queria os seus missionários e missionárias: com o único sonho de partir em missão, mas estreitamente unidos, como uma família em “unidade de intenção e ação”. Ele dizia: “Fazer tudo o que agrada ao Senhor; procurar não só o bem, mas o melhor; desejar ardentemente que Deus seja conhecido e glorificado. Santo Inácio possuia este ardor: o fogo do amor e do zelo apostólico, que lhe abrasava o coração... Ele não era um fraco; e eu também não quero gente assim, mas gente alegre e ativa. Quero gente que não se dissipe; que tenha uma vontade férrea: vontade de santificar-se, e que, tudo o que realizarmos aqui e na missão, seja para a maior glória de Deus!”.

* Giacomo Mazzotti, imc, é postulador da Causa de Canonização do Bem-aventurado José Allamano.