Assembleia dos Missionários da Consolata na África

'Não somos africanos porque nascemos em África. Somos africanos porque a África nasceu em nós' (Chester Higgins Jr)

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Por Vatican News e Jaime C. Patias

Esteve em andamento entre 9 a 15 de janeiro de 2018, no Centro Missionário de Bunju, a 25 quilômetros de Dar es Salaam, na Tanzânia, a assembleia do Instituto Missões Consolata na África.

O encontro continental de reflexão e programação reuniu trinta e sete missionários representantes da direção-geral e de países como Quênia, Uganda, Etiópia, Tanzânia, Moçambique, África do Sul, República Democrática do Congo, Costa do Marfim e Angola.

Fundado na Itália pelo Bem-aventurado José Allamano, em 1901, o Instituto Missões Consolata conta hoje 982 missionários presentes em 22 países de quatro continentes.

Ouça a entrevista realizada com os Missionários da Consolata Diamantino Guapo e Jaime Carlos Patias

padre_diamantinoPara falar sobre os objetivos da assembleia,
nós contamos, em Bunju, superior provincial
de Moçambique e Angola dos Missionários
da Consolata, Pe. Diamantino Guapo.

Um dos frutos da evangelização na África é a formação e o envio de missionários africanos do Instituto Missões Consolata a outros continentes. A esse propósito eis o que disse Pe. Guapo.

 

padre_jaime_carlos_patiasO conselheiro geral dos Missionários da Consolata,
Pe. Jaime Carlos Patias, também encontra-se,
em Bunju, e nos fala sobre
os objetivos da plenária.

Mensagem dos participantes da Assembleia Pós-Capitular do Continente África -“Vinho novo em odres novos” (Mc 2,18-22)

“Não somos africanos porque nascemos em África. Somos africanos porque a África nasceu em nós” (Chester Higgins Jr)

Nós, representantes dos Missionários da Consolata que trabalham no Continente África, reunidos na Assembleia pós-capitular em Bunju (Tanzânia) de 9 a 15 de janeiro de 2018, no espírito da Continentalidade desejada pelo XIII Capítulo Geral, animados pelo Conselho Continental, qual instrumento de comunhão, com a participação da Direção Geral , garante da unidade do Instituto, assumimos os temas fundamentais que animaram a reflexão do Capítulo para trazê-los para o nosso Continente e para cada Circunscrição .
Seguindo as orientações do XIII Capítulo Geral, o nosso trabalho durante a Assembleia centrou-se nos seguintes pontos:

1. A Revitalização;

2. A Reestruturação;

3. Algumas orientações práticas resultado do trabalho das Comissões Continentais:

a. Evangelização-missão ad gentes;
b. Formação de Base;
c. Formação contínua, carisma e inculturação;
d. Animação Missionária e Vocacional - AMV;
e. Economia para a missão.

Em resumo, apresentamos-vos os assuntos tratados para a reflexão pessoal e comunitária.

1. Revitalização
A revitalização toca mais o nosso ser do que o nosso fazer. Ela passa necessariamente pelos seguintes caminhos:

  • A renovação pessoal do missionário que nos recorda a centralidade de Cristo e da vida religiosa (votos) como pontos essenciais para uma autêntica metanoia;
  • A valorização da comunidade de vida e de trabalho;
  • A aplicação do Projeto Missionário Continental (PCM Africa) nas várias Circunscrições;
  • A conversão do nosso estilo de missão para que seja mais simples e mais espiritual, baseada sobretudo no testemunho de vida.

2. Reestruturação
Dentro do processo de contextualização da missão, o objetivo principal é qualificar a missão e o missionário. No âmbito da reestruturação, ainda não estamos preparados para ulteriores passos jurídicos no sentido da unificação. Porem, eis os pontos refletidos e que nos devem acompanhar :

  • A revisão de todas as nossas presenças no continente com o objetivo de fechar algumas delas, reforçar outras, e abrir novas "que correspondam aos contextos e critérios do ad gentes" sem deixar de lado o convite que o Capítulo faz a cada Circunscrição de abrir pelo menos uma nova presença do primeiro anúncio (ver XIIICG nn. 126-128);
  • A qualificação e intercâmbio dos missionários entre diferentes Circunscrições do Continente para possíveis serviços e colaborações;
  • Reflexão e discernimento sobre os vários temas comuns da missão no Continente África;
  • Ajuda mútua, incluindo ajuda econômica, entre as Circunscrições.

3. Algumas orientações praticas fruto do trabalho das comissões continentais

a. Reorientar todo o Instituto no aspecto missionário que é o coração da nossa vocação como consagrados para a missão ad gentes.
b. Reafirmar a importância da formação contínua, em todos os níveis, como o único meio de revitalização de todos os missionários ao longo da vida.
c. Relançar e aprofundar a animação missionária na e da igreja local.
d. Reorientar a economia ao serviço da missão através dos seguintes caminhos:

  • a vivencia do voto de pobreza com uma disciplina de vida pessoal.
  • passar das grandes obras para uma missão mais discreta, humilde e solidária e ao ritmo das pessoas.
  • Encorajar e incentivar cada comunidade e Circunscrição no processo de autofinanciamento, valorizando o que já somos e temos, conscientes de que os missionários e a missão são o primeiro grande investimento do Instituto.
  • Organizar pensões e cuidados médicos.

Conclusão

Em primeiro lugar, queremos louvar a Deus pela sua presença durante a Assembleia, na qual nos sentimos protagonistas e não espectadores. Também desejamos agradecer ao Superior e aos confrades da Circunscrição da Tanzânia, a comunidade de Bunju que nos acolheu, bem como todos os outros confrades que organizaram esta reunião, uma verdadeira oportunidade de experimentar o nosso espírito de família.

Finalmente, na sequência do Evangelho de hoje (Mc. 2. 18-22), recebemos o forte convite para ser novos vinhos no compromisso efetivo para que estas orientações animem as próximas Conferências e se tornem concretas em nossa missão diária.

Bunju, 15 de janeiro de 2018
Os participantes da Assembleia IMC do Continente Africa

Fonte: VaticanNews, Jaime C. Patias