Horácio Teodósio Jackson é ordenado diácono em São Paulo, SP.
Por Paulo Mzé*
Fotos: Stephen Kawuki.
“Afinal onde está a nossa missão? Está na canção ou na mansão? Está na melancolia ou nos ventos náuticos? Está no pão ou no botão? Somos todos missionários... obrigado!” Com uma pitada poética, estas perguntas e a convicção de que todos somos missionários foram expressas nos agradecimentos oferecidos à assembleia pelo missionário da Consolata, o neodiácono moçambicano Horácio Teodósio Jackson.
A celebração de ordenação diaconal ocorreu na Paróquia Nossa Senhora Consolata, situada na zona norte da capital paulistana e que pertence à Região Episcopal Sant’Ana da Arquidiocese de São Paulo.
Por conta do protocolo vigente, por causa da pandemia da Covid-19, às 10h do sábado (21), agentes de pastoral, lideranças e alguns fiéis da Paróquia Nossa Senhora Consolata acolheram dom Jorge Pierozan, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Vigário Episcopal para a região Sant’Ana. A celebração foi concelebrada por vários missionários da Consolata, com destaque para a presença do padre Luiz Carlos Emer, superior provincial no Brasil. Também participaram o padre Paulo César Gurgel Lima, pároco da Paróquia São Francisco Xavier de Itaquera, zona Leste da cidade de São Paulo, e um número significativo de religiosas.
Na homilia, dom Jorge (foto) dirigindo-se à comunidade e especialmente ao candidato ao diaconato disse: “Caro filho, no momento em que você entra para a ordem dos diáconos, peço atenção ao grau ou ao ministério a que o senhor será elevado. Os diáconos, fortalecidos com os dons do Espírito Santo, têm a missão de ajudar o bispo e seu presbitério, no serviço da palavra, no serviço do altar, no serviço da caridade tornando-se servo de todos”.
Dom Jorge fez questão de indicar o trabalho do diácono dizendo ao candidato que: “O senhor será ministro do altar, e isso é uma coisa muito séria. O senhor irá proclamar o Evangelho, preparar o sacrifício e distribuir aos fiéis o Corpo e o Sangue do Senhor.” E disse mais: “Segundo o mandato do bispo e do seu superior provincial, o senhor deverá exortar e formar na doutrina sagrada os crentes e não crentes, presidir as orações, celebrar o batismo, assistir ao matrimônio e abençoá-lo. Levar a Eucaristia aos enfermos, presidir os ritos das exéquias. Consagrado pela imposição das mãos, gesto que vem dos apóstolos, o senhor exercerá o ministério da caridade em nome do bispo ou do pároco. Com a ajuda de Deus, deve comportar-se de qual modo que sempre o senhor reconheça que é verdadeiro discípulo de Jesus Cristo que veio para servir e não para ser servido. Vejamos o exemplo que Jesus nos deixou para que também nós assim procedamos”.
O presidente da celebração concluiu: “Horácio, procure com amor no coração fazer a vontade de Deus. E servindo ao Senhor, procure servir aos irmãos e irmãs e sempre servir com alegria e coloque o seu diaconato sobre o auxílio de Nossa Senhora Consolata”.
No momento dos agradecimentos, o superior regional dos Missionários da Consolata no Brasil (foto) agradeceu a todos pela presença e participação. Agradeceu especialmente a dom Jorge por ter aceitado o convite de presidir a ordenação diaconal de Horácio. Padre Luiz comunicou que com esta ordenação são sete os missionários da Consolata ordenados diáconos ao longo deste ano. O superior lembrou as palavras do fundador dos missionários e das missionárias da Consolata, que dizia que o importante não é o número, mas que quem deseja ser missionário da Consolata seja pessoa de primeira linha, pronta para dar a vida pela causa da Missão, pelo Evangelho. E esteja onde a Igreja mais necessita. Que Horácio viva aquela santidade que o Bem-aventurado José Allamano pedia, aquela santidade do dia a dia. Padre Luiz concluiu os agradecimentos ressaltando a generosidade e a coragem de Horácio. Agradeceu à família do neodiácono e manifestou a alegria do Instituto pela ordenação.
O diácono Horácio fez a profissão perpétua no sábado anterior, 14 de agosto, na comunidade Santa Gertrudes, da mesma paróquia, onde os missionários da Consolata estão presentes desde 1950.
Somos todos missionários (autoria: Horácio Jackson)
Lancemos as redes nas redondezas da vida
Para um dia nos tornarmos formadores de opinião
Entoemos os alaridos ensurdecedores
Para um dia nos tornamos educadores
Às vezes cansamos de tanto voar
Lançamos as redes e até nos despedaçamos,
Mas ao pensarmos naquelas noites de luar
A esperança volta a nascer...