A Missão em tempos de Covid-19: resiliência, intercessão e consolação

assembleia

Por Paulo Mzé*

Pouco mais de 53 missionários da Consolata no Brasil, participaram da assembleia da congregação do Instituto Missões Consolata entre os dias 23 e 27 de agosto de 2021. Em função da pandemia de Covid-19, a assembleia foi realizada de modo remoto pela plataforma Zoom.

O superior regional dos missionários da Consolata no Brasil, o padre Luiz Carlos Emer, disse aos demais missionários participantes que a reunião tinha dupla finalidade: avaliar as nossas atividades e escolher o caminho que pretendemos seguir, depois de acolher a todos os missionários que trabalham em várias comunidades em todo o Brasil.

No primeiro dia da assembleia, em sinal de fraternidade, o superior geral, padre Stefano Camerlengo, na mensagem dirigida a todos os missionários por ocasião da assembleia regional do Brasil, no ano de 2021, intitulada “Viver e agir como um missionário neste tempo!” falou à assembleia a partir da Colômbia, onde se encontrava em visita canônica aos missionários daquele país.

O superior geral disse que, desta vez, a assembleia aconteceu em um momento especial; é tempo de Covid-19 e como família missionária estamos no primeiro ano do biênio da pessoa. Segundo o superior geral, a Covid-19 mudou a situação humana de cada um; mudou as pessoas e consequentemente as comunidades. Por isso, o momento necessita de maior interiorização. E mais, se muitas coisas mudaram, quer dizer que nossa vida deve mudar também. É o momento de procurar encontrar-se mais e de edificar novas relações com as pessoas. Na mensagem, o padre geral sublinhou a importância de caminharmos juntos, apesar das dificuldades. “Não podemos deixar de lado a tarefa de levar ao mundo o nosso carisma de consolação que é muito fundamental como estilo de vida de missionários da Consolata”, disse. Daí a importância de três atitudes missionárias que devem acompanhar e caracterizar este momento especial: resiliência, intercessão e consolação.

Padre Jaime Carlos Patias, conselheiro geral para América falou à assembleia sobre o tema da Continentalidade. Padre Jaime começou dizendo que ele deve ser visto pelos missionários a partir do XIII Capítulo Geral. Neste sentido, prosseguiu falando dos princípios da Continentalidade, a subsidiariedade e a sinodalidade. Assim, a Continentalidade é o que o IMC escolheu para qualificar a missão. A reestruturação e a revitalização são os objetivos da continentalidade.

Durante a assembleia foram apresentados os relatórios da Causa Indígena, REPAM (Rede Eclesial Panamazônica), Pastoral afro brasileira, Periferias Urbanas e Existenciais (Paróquias Missionárias), Pastoral Carcerária, Equipe Itinerante, AMV (Animação Missionária e Vocacional), Formação de Base, Economia de Comunhão, Comunicação para a Missão. Também foram tratados temas relacionados com a crise econômica e financeira, Projetos Missionários, prestação de contas por parte dos missionários e CDI (Centro de Documentação Indígena).

Durante a assembleia os missionários trataram do tema da Reestruturação. A assembleia discutiu a possibilidade de reforçar a presença na Paróquia Santíssima Trindade de Feira de Santana com a possibilidade de que naquela paróquia se inicie um trabalho na pastoral afro brasileira e se intensifique o trabalho de AMV. Na mesma oportunidade foi discutida a possibilidade de entrega da Paróquia São João Batista de Jaguarari à diocese do Senhor do Bonfim em vista de uma nova abertura em meio aos povos indígenas, ou em meio a povos de matrizes afro.

O encontro terminou com os agradecimentos feitos pelo padre Luiz Emer, superior regional, pela participação de todos. Agradeceu igualmente ao trabalho que vem sendo desenvolvido por todos os missionários. Lembrou que o biênio da pessoa que o IMC está promovendo visa a valorização da pessoa do missionário. Porque “o missionário é o primeiro bem do Instituto”, parafraseando o Bem-aventurado José Allamano, fundador dos Missionários e das Missionárias da Consolata. Padre Luiz encerrou a assembleia citando o Pai fundador que dizia que “Deus esgotou o seu amor quando nos deu a sua missão”. Com estas palavras convidou os participantes a viverem em profundidade aquilo que o IMC propõe.

* Paulo Mzé, imc, é diretor da revista Missões.