Padre Dido, da República Democrática do Congo relata experiência missionária na Mongólia.
Por Dieudonné Mukadi (Dido) *
Os missionários da Consolata e as missionárias da Consolata vieram para a Mongólia em 2003. Atualmente, temos duas comunidades: em Ulaanbaatar que é a capital do país e na província central de Uvurkhangai em Arvaikheer.
Eu sou padre Dieudonné Mukadi (Dido), da República Democrática do Congo. Minha experiência missionária na Mongólia começou em agosto de 2016. Tinha grandes expectativas, pois este era meu primeiro destino como sacerdote recém-ordenado. É bom deixar claro que uma coisa é escutar sobre um lugar e outra coisa é viver no lugar.
Não demorou muito para que eu começasse a aprender o mongol, e demorei dois anos para aprender, por causa das particularidades linguísticas. Além da língua, esse tempo também foi para que eu pudesse me inserir, e conhecer a vida do povo, sua cultura, e a Igreja na Mongólia. Eu aprendi que o povo mongol se torna amigo com facilidade, basta estar aberto e pedir, eles estão prontos para ajudar. Essa foi uma das marcas que o socialismo deixou na sociedade na Mongólia, as pessoas sempre estão para os outros.
Lembro-me de ter sido convidado várias vezes por famílias que estavam construindo suas ger (tradicional casa dos mongóis). Familiares e amigos são convidados para ajudar, todos estão dispostos, homens e mulheres têm uma função a cumprir. Essa atitude de disponibilidade também pode ser vista em outros aspectos da vida.
Missão
Em Arvaikheer temos uma paróquia chamada Nossa Senhora Mãe da Misericórdia e algumas atividades de ajuda social. Desde então estou nessa missão e minha experiência é bem tocante. Viver com esse lindo e social povo faz com que eu me sinta em casa e como padre, me faz entender e viver como foi a vida das primeiras comunidades cristãs. Embora nossa comunidade tenha poucos membros, nós nos encontramos e compartilhamos nossa vida de fé com o povo e isso atrai outras pessoas.
Nossa Paróquia é uma das menores comunidades cristãs. Contamos com cerca de 24 famílias das quais 55 pessoas são batizadas. Quase todos têm formação budista. Aqui na Mongólia, Budismo e Xamanismo têm raízes profundas e fortes na cultura do povo.
É importante dizer que a experiência missionária aqui é de primeira evangelização. Nós encontramos os que nunca ouviram falar sobre Cristo.
Sem dúvidas, a jovem Igreja na Mongólia mostra sinais de um futuro brilhante, apesar de seu lento processo. Entre os poucos que já são batizados, nota-se claramente a vontade e o empenho de se aprofundar no que eles acreditam, no que eles creem. Na Paróquia organizamos seminários sobre temas eclesiais para garantir uma formação continuada ao povo. Os temas são escolhidos a partir das questões que eles trazem durante nossos encontros. Esses são momentos em que percebemos que os corações das pessoas estão sedentos em aprofundar a fé que livremente abraçaram.