Por Giacomo Mazzotti*
Vinte de setembro é o dia da minha primeira missa; a primeira que eu celebrei foi a da Mãe das Dores. "Preparai-vos à grande graça da Ordenação sacerdotal que estais para receber. Meditai, rezai e não vos deixais distrair do pensamento das festas, que vos farão na aldeia: são todas histórias". Também e, como estávamos em setembro e não podia permanecer no seminário, fui para casa e permaneci toda a manhã na igreja, cantei a missa e depois pedi ao pároco que me desse um pouco de almoço; e os meus irmãos que tinham preparado uma grande festa, ficaram ofendidos, mas, rapidamente nos reconciliamos.
Quando estava ainda no seminário, era costume dar a todos que faziam qualquer trabalho durante o verão, um presente. Alguns, vendo que a mim (que tinha muito trabalho) não davam nunca nada, se maravilhavam. O superior dizia a eles: "é porque gosto muito dele! Ele trabalha sem necessidade de presentes, nem de elogios." Então precisa fazer tudo pelo amor de Deus, não pelos elogios. Deus somente!
Bons sacerdotes
Eu sempre observava, desde quando era diretor no seminário, que quem reza persevera na vocação e permanece e quem não reza ou reza mal, se não é sacerdote, abandonará o seminário, se já é sacerdote, estará ali, mas não será um bom padre. Todos os que desistiram é porque não rezavam. Não sou só eu a dizer: eles mesmos dizem isso.
Os que permaneceram é porque rezavam e rezavam bem. Eu vi muitas coisas, mas nem sempre as corrigi rapidamente. Esperava, e quando aquele seminarista não pensava mais no que tinha feito, eu retomava o assunto. Então acabavam dizendo: aqui, neste seminário é inútil que aprontemos alguma coisa, porque não se pode passar sem ser descobertos.
Recordo-me ainda quando deixei de ser diretor do seminário, alguns me pediram para ainda orientá-los e eu disse a eles: "não sou mais diretor, e não tenho mais a graça, deixei-a lá, falem com o diretor atual."
Há 40 anos que rezo a missa e sabem que coisa me consola mais? Que me preparei bem. As graças desses 40 anos são resultado de toda preparação que fiz e que devia fazer. Tudo vem da ordenação recebida com a devida preparação.
Hoje (20 de setembro de 1918) é o 45º aniversário da minha ordenação. 45 anos de missas!
Façam as contas: são 16.070 missas celebradas, porque não celebrei poucas. Vejam, nunca acreditei que poderia celebrar tantas missas, tantas bênçãos! Vejam que graça de Deus. Quantas graças! A minha vida a vivi quase sempre em comunidade: 14 anos de seminário, 38 no Santuário da Consolata. São cifras (números) terríveis!