Celebração encerra Conferência e celebra 70 anos de presença na Amazônia

Missionários da Consolata encerram IX Conferência na Amazônia e celebram a presença na Região.

Por Stephen Ngari

O momento de ação de graças realizou-se na Igreja de São João Batista, no bairro Caranã, em Boa Vista - RR. A missa começou às 18h e foi presidida pelo bispo da diocese de Roraima, dom Mário Antônio da Silva, na presença do Superior Geral dos missionários, padre Stefano Camerlengo, e do Conselheiro Geral para América, padre Jaime Carlos Patias, missionários e missionárias da Consolata e o povo de Deus da Área Missionária São João Batista e de outras partes da diocese.

 

Foto: Lais Lima

Foto: Lais Lima

Na sua mensagem aos missionários da Consolata, o bispo reconheceu o trabalho dos missionários na diocese, trabalho este caracterizado pela profecia, perseguição, solidariedade e apoio às pessoas e às comunidades. O testemunho de vários missionários de várias partes do mundo e a enorme dedicação dos anos passados continuam presentes com os missionários que estão hoje na terra da Amazônia. Os missionários da Consolata testemunharam verdadeiramente ter a missão no coração. A dedicação incansável deles, seja nas áreas indígenas ou na cidade, mostra que têm sangue de Roraima e da Amazônia.

O bispo, em nome da diocese, celebrou e agradeceu pelos trabalhos realizados nos últimos 70 anos e também pela renovação do compromisso que foi assumido na Conferência: continuar servindo à Igreja de Roraima. Agradecido, aproveitou o momento da homilia para apresentar à assembleia reunida o Superior Geral e todos os missionários presentes na missa. Louvou o Instituto pela opção de continuar o serviço e a missão nas comunidades indígenas. O padre Izaias, amazonense recém-chegado à região, ganhou destaque do prelado. Comparou-o ao profeta Isaías, o profeta da esperança.

Ao superior geral dom Mário agradeceu a presença na diocese, convidando-o a levar a emoção, a alegria e os frutos da missão, desafios, marcas e cruzes que a missão acarreta aqui em Roraima, na Amazônia, no Brasil e na Venezuela. Há situações dramáticas dos imigrantes nas ruas da cidade e na Área Missionária. O bispo rezou e abençoou o padre geral na sua missão.

De forma especial, dom Mário dirigiu-se aos missionários, pedindo a todos saúde, coragem e sabedoria para continuar a missão do Evangelho que vem sendo realizada há 70 anos e que isso se renove a cada dia no coração deles e no coração de cada cristão da diocese. Ele observou que os missionários estão presentes no coração do povo de Roraima.

O bispo aproveitou também para agradecer pessoas das comunidades pela acolhida e proximidade aos imigrantes, principalmente os que se encontram ao redor da Igreja Nossa Senhora do Livramento. Fez o apelo para não fecharem os olhos, as mãos e os corações, mas colocar-se a serviço da solidariedade e servir, assim, a Deus e a Jesus Cristo, presente nos irmãos imigrantes.

Na sua mensagem no final da celebração, padre Camerlengo celebrou também os 70 anos da presença do Instituto na diocese e também os 50 anos do martírio do padre Calleri. Com o título, “Para aquele horizonte que não acaba”, e invocando as palavras do profeta Isaías 52, 7-10, a mensagem do superior lembrou que a ação de graças a Deus, pela caminhada feita, torna-nos mais forte porque a memória é uma dimensão da vida. Não podemos perder a memória. O bom cristão tem boa memória, ama história e procura conhecê-la. Os missionários que passaram por aqui expressaram a generosidade e a doação em apontar o caminho, acompanhar os povos, tornaram-se porta-vozes de suas necessidades. Levaram a Amazônia para o mundo e trouxeram o mundo para a Amazônia.

Segundo padre Camerlengo a missão na Amazônia se tornou para os missionários da Consolata uma escola de missão. Pediu que depois dos 70 anos o espírito continue entre os jovens missionários na região. Desejou que a celebração de 70 anos não seja o ponto de chegada, mas de partida com um renovado ardor missionário. Na conclusão citou as belas palavras do papa Francisco, “Olhando para cima, olhando para o horizonte, alargando os nossos horizontes: esta é a nossa fé, esta é a nossa justificação, este é o estado de graça!”.

Stephen Ngari, imc, é missionário da Consolata na Amazônia.