Momento de memória e de gratidão pela presença dos missionários da Consolata na Região.
Por Philip Njoroge*
No dia 14 de junho de 1948, chegaram em Boa Vista, Roraima, os primeiros sete missionários da Consolata para substituir os padres beneditinos nos seus trabalhos de evangelização na Prelazia de Rio Branco, atual diocese de Roraima localizada no extremo norte do Brasil na fronteira com a Venezuela e a Guiana Inglesa. Eles chegaram para perpetuar o carisma do Fundador, o Bem-aventurado José Allamano, “Evangelização e promoção humana” dando continuidade aquilo que os Beneditinos já tinham começado. Neste ano de 2018, comemoramos 70 anos de entrega total neste chão amazônico comungando nas alegrias e tristezas do povo.
Os missionários da Consolata deram continuidade ao trabalho de formação e de promoção humana. Além do serviço religioso de evangelização, os missionários trabalhavam na saúde e educação. Na cidade de Boa Vista, estavam presentes nas duas escolas (São José e Ginásio Euclides da Cunha) e uma escola técnica. Na saúde, hospital Nossa Senhora de Fátima. No interior deram continuidade à pastoral de desobriga dos beneditinos. No Surumu desenvolveram um Centro de formação das lideranças e um hospital que além de atender as comunidades indígenas preparava agentes de saúde. Mais tarde uma escola agropecuária nasceu no mesmo local.
No ano de 1972, houve uma mudança radical no trabalho pastoral com os indígenas. Os missionários decidiram abandonar a pastoral de desobriga e morar nas comunidades indígenas. Isso facilitou muito o trabalho de testemunho e acompanhamento dos povos que estavam sofrendo escravidão com os fazendeiros, garimpeiros e com abandono do poder público.
Neste ano de 2018 fazemos memória dos 50 anos de assassinato do padre Giovanni Calleri nas terras dos Waimiri Atroarí, em missão de pacificação. O sangue dos mártires é a semente da nossa fé. Ninguém desanimou mesmo no meio das perseguições, mas, guiando-se pelo Espírito Santo, os missionários da Consolata se afirmaram na missão e ampliaram os trabalhos para Manaus, capital do estado do Amazonas, ao sul do estado de Roraima e na Prelazia de Itacoatiara, também no estado do Amazonas.
Comemorando os 70 anos de presença, agradecemos a Deus pelas grandes conquistas que tivemos e também pedimos perdão pelos nossos erros. Queremos fazer memória dos trabalhos realizados pelos missionários da Consolata nesses 70 anos que chegaram dos diferentes países e doaram suas vidas a serviço do povo neste chão.
Esta memória nos anima e nos fortalece a continuar essa missão junto com o povo da Amazônia especialmente que se encontra nas periferias reais e existenciais. Queremos também convidar a todos a unir-se conosco neste momento de ação de graças.
Reconheçamos com gratidão o apoio do povo amazônico que nos acolheu e nos ensinou a servir e a amar. Queremos expressar a nossa gratidão às dioceses de Roraima e arquidiocese de Manaus que nos acolheram e continuam disponibilizando espaço e meios para trabalhar.
Pedimos que o Espírito Santo que nos guiou nestes 70 anos possa nos acompanhar nos próximos 70 anos e além.